“A Família Addams 2: Pé na Estrada” é simpática, mas não consegue se sobressair

Uma das famílias mais amadas da ficção volta, nesta quinta-feira (28), para os cinemas com a nova animação “A Família Addams 2: Pé na Estrada”, fazendo parte dos lançamentos do mês de outubro para comemorar o dia das bruxas.

A dupla Conrad Vernon e Greg Tiernan voltam na direção da sequência do filme de 2019, trazendo os famosos personagens Gomez e Mortícia Addams, seus filhos Wandinha e Feioso, e os outros membros como Tio Chico, Mãozinha e o mordomo Tropeço em uma viagem por diversos pontos famosos e assustadores dos EUA.

A ideia das férias é uma tentativa do pai, Gomez Addams, em tentar se aproximar mais da filha, que está crescendo e ficando cada vez mais distante. Porém, antes de saírem de férias, o Sr. e a Sra. Addams são surpreendidos por um advogado dizendo que Wandinha não é filha biológica deles. Desesperados com a possibilidade de perder a filha, eles tentam durante todo o trajeto da viagem, despistar o advogado insistente.

O filme traz o estilo de animação que acompanha toda essa atmosfera da Família Addams, com traços grotescos, que lembram as produções animadas de Tim Burton, mas se diferenciando por trazer cenários super coloridos. Além de todo aquele humor creepy e estranho, com Vandinha tentando matar o seu irmão toda hora, o Tio Chico sempre nojento e arrumando confusão, ou até as diversas demonstrações de amor sombrio do casal Gomez e Mortícia.

A animação também agrada os amantes de terror ao trazer referências de clássicos do gênero, como a cena icônica da tinta vermelha de ‘Carrie, a Estranha’ ou a cena de Tubarão que traz o famoso “efeito vertigo”.

Mesmo com esses pontos importantes para produzir qualquer coisa dos Addams, a sequência tem os mesmos problemas da primeira animação lançada em 2019, que tem boas sacadas, consegue ser fofa, mas acaba ficando na média.

O problema é que a trama principal se perde ficando muito infantil e com uma história “mais do mesmo”, o que não deveria acontecer quando se trata de uma família conhecida por ser diferente dos outros. Até mesmo nos momentos mais emocionais, que provam que a família assustadora tem sentimentos, fica algo forçado e não consegue transmitir o mesmo para o espectador.

O filme tem sim piadas que funcionam, mas que não são realmente engraçadas. Onde os melhores momentos estão nas respostas sempre em tom sarcástico de Wandinha, que neste filme recebe um protagonismo no enredo, e claro, a cena do bar que envolve Tropeço cantando “I Will Survive” que é com certeza o momento mais cômico do longa.

“A Família Addams 2” tinha muito potencial por trazer personagens icônicos da cultura pop, mas que nesse enredo só a personagem Wandinha consegue se destacar, e os outros membros da família ficam apagados e não sustentam sozinhos o ritmo do filme.

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