CAÇA IMPLACÁVEL | UM FILME DE AÇÃO TÃO GENÉRICO QUANTO SEU TÍTULO

“Caça Implacável” é o novo filme de ação protagonizado por Gerard Butler, que tem escolhido o gênero para todos seus papéis mais recentes. Com um título como esse e um ator já carimbado, a primeira impressão que fica é a de que esse será mais um filme de ação genérico quanto tantos outros feitos, com pouco de novidade para oferecer e, infelizmente, essa impressão é reforçada quando o filme chega ao fim.

Gerard Butler é Will Spann, um corretor de imóveis de luxo que está viajando para o interior para deixar sua esposa Lisa (Jaimie Alexander) na casa dos pais, onde ela passará alguns dias para tirar um tempo e repensar seu casamento que já viu dias melhores. No caminho eles param em um posto de beira de estrada para colocar gasolina no carro, mas o que era para ser apenas uma parada corriqueira vira um pesadelo para ambos quando Lisa simplesmente desaparece depois de passar pela loja de conveniência.

Will logo fica desesperado e chama a polícia, mas com poucas (quase nenhuma) pistas e nenhuma testemunha, apesar do caixa da loja, Oscar (Michael Irby), ter interagido com Lisa, o detetive da cidade (Russell Hornsby) volta suas suspeitas para o marido com o casamento balançado. Com pouco envolvimento da polícia, Will toma para si a responsabilidade de encontrar sua esposa, muitas vezes se utilizando de comportamentos não muito ortodoxos para descobrir e perseguir pistas sobre seu paradeiro.

A primeira cena do filme traz uma espécie de spoiler de seu fim, é uma cena promissora, mostrando a tensão e adrenalina que se espera de qualquer filme de ação, mas logo somos levados para a viagem de Will e Lisa e as coisas ficam pacatas, principalmente porque a história fica, por muito tempo, centrada apenas no posto de gasolina antes de começar a dar uma ideia do caminho que a trama trilharia. Algumas pistas descobertas por Will dão a impressão de que o filme irá engatar, mas a impressão mais marcante é a de que nada encaixa muito bem a ponto de fazer dessa uma história menos genérica.

A direção de Brian Goodman tenta criar bons momentos, mas falha em criar uma unidade convincente para um roteiro simplório e pouco inspirado. As cenas do presente são intercaladas com flashbacks de discussões do casal a respeito das dificuldades da relação, que se intensificaram depois de Lisa confessar um caso extraconjugal. Esses flashbacks parecem ser sempre a mesma cena em looping, fazendo pouco pelo avanço da trama ou pelo aprofundamento dos personagens e seu relacionamento e muitas vezes acabam “esfriando” a história.

Gerard Butler faz um bom trabalho no papel de marido desesperado e desacreditado, sendo um dos (poucos) pontos positivos do filme, mas o restante do elenco teve ainda menos com o que trabalhar e nem mesmo bons atores conseguiram trazer mais autenticidade para seus personagens mal desenvolvidos e pouco convincentes. A grande esperança durante o filme é que o desfecho seja minimamente satisfatório para compensar os tropeços do roteiro até ali, mas infelizmente o que temos é um clímax tão genérico e desinteressante quanto todo o resto, tanto no que se diz respeito à toda situação do sequestro quanto à questão do relacionamento do casal.

A sensação do começo, de que esse seria um filme como todos outros, não só permanece, como também se intensifica como chegamos ao final sem ter nem ao menos uma faísca de algo verdadeiramente memorável ou ao menos interessante.  

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