[et_pb_section admin_label=”section”][et_pb_row admin_label=”row”][et_pb_column type=”4_4″][et_pb_text admin_label=”Texto” background_layout=”light” text_orientation=”justified” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_style=”solid”]

Alguns filmes – mesmo que não sejam brilhantes – ficam marcados na memória afetiva de uma geração. Muitos nascidos em meados dos anos 80 e 90, por exemplo, certamente têm um lugarzinho no coração reservado para um clássico da Sessão da Tarde, o épico de aventura “Jumanji”, lançado em 1995. Robin Williams quase no auge do seu carisma, Kirsten Dunst no comecinho da carreira e Joe Johnston – vencedor do Oscar de Efeitos Visuais por “Os Caçadores da Arca Perdida” – se especializando cada vez mais em filmes para todas as idades (em seguida, dirigiria seu melhor trabalho na carreira, “Céu de Outubro”). Todos contribuíram muito para equilibrar uma aventura por vezes sombria e assustadora, mas acima de tudo divertida e com um visual soberbo para a época.

Muitos se surpreenderam quando o astro The Rock anunciou nas redes sociais uma sequência para o filme, que chega aos nossos cinemas essa semana, 22 anos após o lançamento do original. Como sempre acontece quando um remake/reboot de filme popular é anunciado, a desconfiança e aquela sensação de “será que era necessário?” pairou sobre a mente de muitos, até porque, exemplos recentes como “Caça-Fantasmas” (2016) e “Poltergeist” (2015) mostraram que talvez alguns clássicos deveriam ser deixados quietos, mantendo a memória afetiva dos fãs ao invés de servirem apenas como caça-níqueis usando o nome do filme original. O ator, porém, deixou bem claro que esta seria uma continuação e não um remake.

Respeita o original, mas trilha seu próprio caminho

E de fato o novo filme, intitulado “Jumanji: Bem-Vindo à Selva” traz algumas mudanças significativas com relação ao anterior. Primeiramente no tom, que está assumidamente mais leve, mas também na própria essência. Enquanto o primeiro falava de amadurecimento e era fundamentado em uma história de relação familiar complicada, onde Alan (Williams) não conseguia se comunicar com os pais, a nova versão parece girar mais em torno da amizade e – através dos desafios e sobrevivência – aprender a conviver com as diferenças e tomar consciência do tipo de adultos que se tornarão no futuro.

O grupo é formado por Spencer (Alex Wolff/The Rock), um garoto inteligente e bondoso, mas muito tímido e medroso; Fridge (Ser’Darius Blain/Kevin Hart), um atleta que desde que ficou popular não quis mais saber do amigo; Bethany (Madison Iseman/Jack Black), a bonita que só pensa em redes sociais e garotos e Martha (Morgan Turner/Karen Gillian), que se acha superior e julga as outras garotas da sua idade por considera-las fúteis. Certo dia, os quatro vão parar na detenção (em uma clara homenagem ao “Clube dos Cinco”) e acabam descobrindo um videogame com o jogo Jumanji, que como sabemos, transporta seus jogadores para um mundo de aventuras e armadilhas mortais.

A maneira como o filme atualiza o jogo é bem simples, mas funciona para contextualizar para a plateia atual, transformando o tabuleiro em videogame (ao contrário de “Zathura: Uma Aventura Espacial”, que apenas “reciclou” o conceito do Jumanji original). E o longa realmente parece ter sido feito por amantes de videogame, pois (pelo menos a princípio) há um cuidado em colocar detalhes que jogadores irão identificar com facilidade – como o uso de npcs, vidas múltiplas e aquelas telas de habilidades. A propósito, as forças e fraquezas de cada personagem no jogo correspondem aos pontos que os jovens precisam melhorar no mundo real, o que torna todo o aprendizado – embora trivial – mais criativo. Se a proposta do filme é divertir, esses detalhes influenciam muito.

Outro exemplo disso está no quarto do personagem principal Spencer, um pôster do jogo The Last Guardian, que também conta uma história de amizade improvável – por sua vez, entre um garoto e uma criatura -, referência que certamente não irá passar despercebida pelos mais atentos. Graças a química tanto do elenco jovem, mas especialmente dos adultos, fica bem claro o quanto cada um pode aprender com o outro nessa jornada.

 

[/et_pb_text][et_pb_image admin_label=”Imagem” src=”http://supercinemaup.com/wp-content/uploads/2018/01/8049.jpg” show_in_lightbox=”off” url_new_window=”off” use_overlay=”off” animation=”off” sticky=”off” align=”center” force_fullwidth=”off” always_center_on_mobile=”on” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_style=”solid”] [/et_pb_image][et_pb_text admin_label=”Texto” background_layout=”light” text_orientation=”justified” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_style=”solid”]

 

Ágil, moderno e engraçado

Um grande ponto positivo é que o diretor Jake Kasdan (filho do também diretor/roteirista Lawrence Kasdan) consegue transmitir a mensagem e desenrolar as aventuras de maneira ágil, moderna e engraçada. O objetivo dentro do jogo é simples, devolver uma pedra que é o coração daquele lugar e está em posse de um explorador, Van Pelt (Bobby Cannavale), que acabou consumido pela ganância ao encontrá-la. Quem assistiu ao anterior deve ter notado que é o mesmo nome do caçador que queria matar Alan e evitar o encerramento do jogo.

A pequena cidade onde os personagens vivem é a mesma e há algumas pistas deixadas fazendo ligação entre os dois filmes (alguém lembra do animal que era a peça que Robin Williams usava no primeiro filme?). O longa também acerta ao subverter alguns clichês, sabendo trabalhar com os pontos fortes do seu elenco, que está bastante à vontade. The Rock esbanja seu carisma natural, enquanto Kevin Hart tem sua entrega histérica de costume, mas graças as excelentes piadas, é quase impossível não gargalhar com seus chiliques. Karen Gillian e principalmente Jack Black mostram uma versatilidade bem interessante – e este último está incrivelmente hilário interpretando uma adolescente no auge dos hormônios.

História simples com pouca profundidade

É claro que “Jumanji: Bem-Vindo à Selva” possui seus defeitinhos. O dilema de um personagem que surge acaba não fazendo muito sentido, o vilão é super caricato e não representa uma grande ameaça em momento algum (se bem que na maioria dos videogames é quase assim também, o seu maior vilão acaba sendo você mesmo) e o clímax é um tanto previsível e estabanado. Como a maioria dos blockbusters, os diálogos e mensagens não são nem um pouco sutis, mas graças ao visual exótico bem-feito, momentos engraçados e divertidos que proporciona, isso é facilmente relevado.

Se tratando de uma sequência que poucos (inclusive eu) levavam fé, o resultado é surpreendentemente bom. Mas, vale ressaltar que quem já conhecia o trabalho do diretor poderia ter confiado mais. Ele dirigiu vários episódios da série hilária “Freaks and Geeks”, além da subestimada sátira “A Vida é Dura: A História de Dewey Cox”. Pena que ficou mais conhecido pela razoável comédia “Professora sem Classe”, que deve ganhar uma sequência em breve. No entanto, seu timing cômico e a habilidade de explorar temas da adolescência não vêm de hoje. Sendo assim, “Jumanji: Bem-Vindo à Selva” não ignora o filme original, mas cria uma história bem diferente a partir dele, que funciona muito bem e envolve o espectador em gargalhadas.

E você, já assistiu ou está ansioso para ver? Concorda ou discorda da análise? Deixe seu comentário ou crítica (educadamente) e até a próxima!

Para a versão com imagens acesse: www.supercinemaup.com

Para mais comentários sobre filmes, sigam-me nas redes sociais:

https://www.instagram.com/danilo_calazans/

https://www.facebook.com/calazansdanilo

https://twitter.com/danilo2calazans

[/et_pb_text][/et_pb_column][/et_pb_row][/et_pb_section]

pt_BR