“Megatubarão” se aprofunda em clichês para entregar mais um blockbuster genérico

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Monstros gigantes viraram constantes presenças nas telonas. Sempre com produções grandiosas e que enchem os olhos dos espectadores com toda aquele ferocidade e grandiosidade. Filmes de tubarão também ganharam sua fase, principalmente depois de Steven Spielberg estabelecer em 1975 o terror que o animal causaria nos banhistas. E em 2018 chegou a vez em que os dois se juntaram para gerar mais um filme genérico nos cinemas.

Não há muito o que se falar de um longa, que se encaixa em um gênero próprio. Mesmo tendo o americano Jon Turteltaub (“Última Viagem a Vegas”) – um cineasta que consegue trazer o espírito de aventura para suas obras – na direção, ele traz mais um filme comum em sua filmografia. Ainda que haja um tubarão gigante, não há grandiosidade, mas, surpreendentemente, ele não é tão ruim quanto se imaginava, e muito se dá pelo próprio Turteltaub. Por mais que, no geral, “Megatubarão” seja um filme debilitado, ainda há suas qualidades. Baseando-se na obra de Spielberg, Turteltaub criou uma atmosfera interessante quanto a presença do bicho. Nos primeiros 40 minutos, ele deixa o mistério e trabalha muito bem o suspense e o terror que aquele monstro causa nas pessoas, o que, de primeira já surpreende, já que todo o material de divulgação traz o animal em destaque a todo o momento. No filme, o monstro é bem cadenciado e bem apresentado, apesar do CGI ser limitado e o tubarão apresentar diferentes tamanhos a cada cena que aparece. Mas seus movimentos e seu peso conseguem dar a sensação de vivo na tela, o que é bom.

O problema real nem é tão no visual, mas sim no roteiro, e principalmente, nos diálogos. A história em si chega a ser bem estruturada ao escolher ser mais contida, em um raio de localização menor do que o imaginado. E a própria justificativa da existência do animal é interessante, ainda mais que ela se beneficia do inexplorado oceano. Mas isso funciona no geral. Ao analisar os detalhes da história, as soluções, as viradas, as justificativas continuam genéricas e previsíveis. Contudo, chega um momento em que nada mais importa e só queremos assistir um tubarão gigante tentando devorar seres humanos. E há momentos em que torcemos de verdade para que isso aconteça. Não que os personagens sejam mal construídos, mas o texto chega a ser tão mal escrito na maioria dos diálogos, que você só torce para não existirem mais.

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Junto com o diálogo, Dean Georgaris, Jon Hoeber, Erich Hoeber se mostraram fracos em construir humor. Muitas piadas beiram ao ridículo de tão forçadas e mal encaixadas, enquanto outras funcionam bem. É desproporcional. E mesmo assim, muitas vezes eles insistem com um mesmo personagem ou em encaixar um texto ruim em momentos inoportunos. Rainn Wilson – famoso pelo seu humor único na série “The Office” (2005-2013) – é o que mais sofre com o texto. Mesmo que suas características o fazem ser um milionário excêntrico e babaca, ele foi muito exigido na parte cômica, tanto textual quanto corporal, mas nada funciona. Outro muito exigido foi Page Kennedy. Também conhecido pelo gênero, ele se apresenta tão péssimo quanto Wilson e é o que mais precisa entregar algo que não consegue. Não é que eu esteja exigindo muito de um elenco limitado, mas na parte cômica esperava algo a mais. Já na diversão, Turteltaub entrega bem.

Um fator importante para isso – além de um tubarão gigante, obviamente – é Jason Statham. Há anos atuando da mesma maneira em filmes iguais, Statham claramente demonstrou estar se divertindo. E isso é transmitido ao espectador que embarca nessa aventura junto com ele. Seu personagem até traz um peso dramático, mas que acaba rápido e todo o peso vai embora para substituir pelo Statham brutamonte que estamos acostumados. Surpreendentemente, mesmo com Statham e um tubarão gigante, o destaque, na verdade, é a jovem Shuya Sophia Cai. Recheada de carisma, a atriz mirim é a melhor personagem, mesmo com uma atuação limitada e muitas vezes distante da realidade da situação. Com ela, as cenas de leveza são as que mais funcionam.

A direção, no entanto, não abraçou a cafonice, mas também não se levou a sério, pelo menos em grande parte. O primeiro ato é montado através da tensão e do suspense e traz uma direção um tanto mais pesada. Depois da aparição definitiva do Megalodon, há uma variação. Há momentos em que o americano pesa a mão para chocar, mas em situações parecidas, traz a leveza exigida pela classificação indicativa.

E assim, “Megatubarão” é a diversão genérica esperada, desenvolvida especificamente para chamar público. Não é mais e nem menos daquilo que se espera dele ou do elenco que nele atua. O longa, do mesmo modo que está longe de ser péssimo, está longe de ser ótimo, e funciona para os apaixonados por monstros marinhos gigantes e Jason Statham mostrando sua função em Hollywood. Caso o contrário, nade bem longe. Agora, resta esperar para ver se o Megalodon fará sua participação especial no próximo “Sharknado”.

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