SINOPSE PEQUENA

Um filme sério com atuações marcantes, ‘O Juiz’ chama a atenção do público a começar pela sinopse, a qual demonstra ser uma bela e surpreendente história. Entretanto, o filme que tinha todos os ingredientes para tornar-se inesquecível, acaba por deixar muito a desejar.
A produção trata da história de Hank Palmer, vivido por Robert Downey Jr, um advogado ambicioso que tem prazer pelo jogo dentro dos meios jurídicos, principalmente por defender pessoas da alta sociedade que são, em sua maioria, culpados pelos crimes que são acusados. Ao saber da morte da mãe, Hank retorna a sua cidade natal, Indiana, tendo que lidar com a arrogância e temperamento do seu pai, o juiz Palmer, vivido por Robert Duvall, o qual acaba se envolvendo em um crime de homicídio logo após o enterro de sua esposa, forçando seu filho Hank a permanecer em Indiana articulando a defesa de seu pai, mesmo tendo que conciliar sua habilidade como bom advogado que é com a relação frustrada entre aos dois.
juiz

Aparentemente, o enredo se desenvolve mediante a seriedade dos seus personagens e poderia ter se destacado como uma brilhante história, se não fosse pelas suas cenas finais.
Verdade seja dita! Nem sempre é uma boa idea para um diretor realizar uma junção entre elementos de um enredo envolvendo o meio jurídico que naturalmente é complexo demais para o público e relações pessoais e familiares bem perturbadoras, principalmente quando uma crises entre pai e filho estão bem além de uma conturbada forma de desenvolver um processo de homicídio.
‘O Juiz’ é um filme inteligente como muitas outras produções do gênero, mas a cena final em que trata da conclusão do processo do juiz Palmer acaba destruindo o roteiro em relação ao seu intuito real de transmitir uma mensagem positiva ao público. A discussão sobre a relação pai e filho é totalmente desnecessária, confusa e nada relevante ou comparada à realidade. Em outras palavras, um tribunal de verdade nunca permitiria uma discussão extremamente pessoal como a que vimos no filme. O enredo acaba se tornando confuso pela alternativa nada brilhante do diretor David Dobkin em colocar um tom de sensacionalismo barato em torno da história da família Palmer.

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Mesmo com uma atuação memorável e merecedora da indicação ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, o personagem de Robert Duvall poderia ter sido mais bem desenvolvido nesta produção, bem como o próprio Roberd Downey Jr que poderia ter um personagem mais centrado e marcante o que acabaria agradando a critica especializada. Em relação aos demais atores, nota-se uma falta de destaque e até de aproveitamento dos atores Vera Farmiga, Vincent D’Onofrio e Billy Bob Thornton, embora este último até convença como um dos vilões do filme, contudo, mais uma vez citando as cenas finais sem, necessariamente, entregar o fim do filme, a forma em que o personagem de Thornton se sensibiliza com a relação conturbada de Hank e seu pai não convence e desagrada.
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Uma pequena curiosidade que chama a atenção é a cena em que o juiz Palmer é questionado sobre quanto tempo exercia a função de juiz, respondendo o mesmo em seguida: 42 anos. Coincidência ou não, levando em consideração o ano de filme (2014), há 42 anos, Robert Duvall fazia o filme que lhe daria a sua primeira indicação ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, O Poderoso Chefão.
Em relação aos aspectos técnicos da produção, o filme apresenta uma incrível fotografia do veterano, vencedor de dois Oscars, Janusz Kaminski, o qual geralmente trabalha com Steven Spielberg, sem falar na bela trilha sonora de Thomas Newman.

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É de se esperar o interesse de muitos produtores em realizarem bons filmes, mas às vezes, por mais inteligentes que sejam seus argumentos, se faz necessário se colocar no lugar do público para se poder ter uma visão positiva sobre o filme que está sendo produzido. Analisando ‘O Juiz’, nota-se que, uma vez estabelecendo um foco na atuação de um advogado dentro de um processo conturbado, deve-se manter esse foco mesmo que uma atuação seja prejudicada. No momento em que se muda esse foco para um drama pessoal ou familiar, o tema principal pode ficar comprometido, de modo a simplificar demais a história toda, desagradando ao público. Esse é o ponto fraco do filme.

Trailer do filme:

 

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