Hyppolyte Léon Denizard Rivail. Talvez você não saiba de quem se trata, a não ser por seu pseudônimo: Allan Kardec. Kardec publicou diversos livros que abordava temas nos quais dominava muito bem sobre o universo da educação. Ele era professor e tornou-se um respeitado decodificador espírita e considerado o fundador do espiritismo. Sua trajetória de transição de um simples educador a líder espiritual, – que estreia amanhã nos cinemas brasileiros – deixa muito a desejar, caso você espere algo mais inspirador.

Apesar de sua trama não se aprofundar bem mais como deveria e com diálogos longos e excessivos, o diretor Wagner Assis faz bom proveito da deslumbrante fotografia assinada por Nonato Estrela. Porém não serve como ‘’tapa buracos’’, tanto que a mesma, infelizmente, começa fria e vai perdendo o interesse no decorrer de seus fatigantes minutos de projeção.

O cético professor parisiense (interpretado por Leonardo Medeiros), fascinado pelo mundo da ciência, mergulha num estudo profundo sobre o espiritismo quando busca por uma resposta sobre mesas que se levantam e batem sem ninguém tocá-las, o que se assolou por toda a Europa no século 19. É a partir daí que ele se dá conta de que é possível fazer contato com o mundo dos mortos.

Kardec sentiu a fúria e a intolerância religiosa da igreja católica e defendeu com unhas e dentes, sacrificando-se e fazendo-se entender melhor sobre o espiritismo em seu primeiro livro sobre o tema: O Livro dos Espíritos.

Conhecido como o fundador do espiritismo, Kardec, além de ser admirado por muitos, foi uma figura importante para a religião. Inspirado no livro Kardec – A Biografia, escrita pelo jornalista Marcel Souto Maior, o longa é contundente e eloquente. Seu erro está na frieza do argumento e como é tratada a doutrina espírita, no qual nos leva a pensar que estamos vendo um filme com uma fórmula desgastada.

Infelizmente, Kardec é uma decepcionante cinebiografia sem nenhum sentimentalismo, com um pugilo de informações sobre uma pessoa influente, com um desfecho superficial. Apesar do esforço e carisma de Medeiros, o longa segue morno com uma produção profissionalmente bem cuidada. Kardec, que fez história e leva doutrinas estudiosas em seu pseudônimo (kardecista), merecia mais profundidade no que diz respeito ao que ele representou e do seu legado.

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