8.1/10

A Morte do Demônio: A Ascensão

Diretor

Lee Cronin

Gênero

Terror

Elenco

Alyssa Sutherland, Lily Sullivan, Gabrielle Echols

Roteirista

Lee Cronin

Estúdio

Warner Bros. Pictures

Duração

97 minutos

Data de lançamento

20 de abril de 2023

Beth visita sua irmã mais velha, Ellie, que está criando 3 filhos em um apartamento apertado em Los Angeles. Sua reunião é curta quando eles encontram um livro demoníaco, The Necronomicon Ex-Mortis.

A Morte do Demônio, ou Uma Noite Alucinante, é uma raridade entre as franquias de terror com 3+ filmes, conseguindo um feito quase impossível: manter a qualidade em todos seus filmes. Houve variações no gênero, alguns mais sérios, outros mais cômicos ou até mesmo uma loucura total (Exército das Trevas, é claro), mas duas coisas são sempre garantidas: você vai se divertir e você vai ver muito sangue. A Morte do Demônio: A Ascensão vem não só para confirmar essa afirmação, mas também para elevar o nível da discussão e trazer mais um diferencial, um dos aspectos mais louváveis do filme, o de seguir um enredo e uma estética absolutamente apoiada no gore, no grotesco, mas sem recorrer à comédia ou ao alívio cômico em momento algum, garantindo um clima pesado e sombrio constante, exatamente o que a história pede.

O filme foi escrito e dirigido por Lee Cronin, com a aprovação de Sam Raimi e Bruce Campbell (da trilogia original) que trabalharam como produtores executivos, e essa aprovação não veio à toa, é perceptível o conhecimento e o respeito de Lee Cronin em relação ao material original, sobretudo o primeiro filme lançado em 1981. A premissa de A Ascensão é praticamente a mesma, não há um grande e complexo enredo (nem deveria ter) ou super desenvolvimento de personagens (e de novo, não precisava mesmo ter), e além de saber utilizar esses pontos a seu favor, Lee Cronin também emprega algo que não Raimi e Campbell não tiveram a oportunidade, a tecnologia que apenas a atualidade pode oferecer para criar essa história e o banho de sangue que ela pede (e é muito sangue mesmo).

O centro da história é uma família composta por uma mãe, Ellie (Alyssa Sutherland) e seus três filhos, Danny (Morgan Davies) é o mais velho, Bridget (Gabrielle Echols) a filha do meio e Kassie (Nell Fisher) a mais nova. Os quatro são visitados por Beth (Lily Sullivan), irmã de Ellie, e quando um terremoto é sentido por todos, como um fã da franquia já sabe, coisas estranhas começam a acontecer no apartamento em que moram e a primeira a sucumbir ao demônio é Ellie. A mãe como primeira vítima é um caminho inteligente para o fator aterrorizante da história, principalmente quando Beth se torna sua maior antagonista e protetora das crianças e o que se segue é um pesadelo em família em que o conceito de maternidade é colocado do avesso e a figura materna se torna sinônimo não de proteção, mas de violência e destruição. A atuação sólida de todo o elenco é um fator importante para sustentar a seriedade do enredo.

Todas os acontecimentos somam à tensão sempre presente, contando até mesmo com alguns jump scares bem posicionados, mas a ação que vem da fuga e da perseguição, o cuidado da direção evidente em cada detalhe, cada barulho e a quantidade absurda de sangue – uma cena em especial, referência a O Iluminado, parece conter sangue o suficiente para uma franquia de terror inteira -, é a junção de tudo isso que faz de A Morte do Demônio: A Ascensão não só mais um sucesso da franquia, mas um ótimo terror no geral, talvez um forte candidato a um dos melhores do ano.

 

Por Júlia Rezende

9

Missão cumprida

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