6,7/10

Asteroid City

Diretor

Wes Anderson

Gênero

Comédia

Elenco

Jason Schwartzman, Scarlett Johansson, Tom Hanks

Roteirista

Wes Anderson, Roman Coppola

Estúdio

Universal Pictures

Duração

105 minutos

Data de lançamento

10 de agosto de 2023

Ele conta a história de uma cidade fictícia do deserto americano por volta de 1955 e sua convenção Junior Stargazer, que reúne alunos e pais de todo o país para competição acadêmica.

Personagens peculiares e uma estética visual distinta são marcas registradas do diretor Wes Anderson, e seu mais recente filme, “Asteroid City”, traz mais um pouco do universo particular do diretor, que dessa vez, explora o tempo, paixões e infância. Embora o filme tenha as qualidades técnicas, também apresenta algumas falhas de narrativa.

Escrita por Wes Anderson e Roman Coppola, a trama é ambientada em 1950 em uma cidadezinha fictícia chamada ‘Asteroid City’, que está localizada em pleno deserto americano. Na história, o lugar recebe jovens superdotados e seus pais para participarem de uma convenção relacionada à astronomia, que promete entregar uma bolsa de estudos na área científica.

O diretor tem a habilidade notável de atrair atores de destaque de Hollywood para seus filmes. É sempre impressionante como Anderson é mestre em conseguir dirigir esses grandes atores para o seu estilo performático excêntrico, o que torna ainda mais empolgante ver essas  estrelas tão fora de sua zona de conforto. E em “Asteroid City”, temos no elenco principal Jason Schwartzman, Scarlett Johansson, Bryan Cranston e Tom Hanks. Mas também tem participações menores de Maya Hawke, Tilda Swinton, Jeffrey Wright, Willem Dafoe, Edward Norton, Steve Carell, Liev Schreiber, Adrien Brody, Margot Robbie e até Seu Jorge.

A narrativa é construída através da metalinguagem, ou seja, a história dentro da história. O filme se organiza como uma peça de teatro dentro do filme, onde se cria a divisão em atos e cenas. Quando as imagens ficam no formato 4:3, em preto e branco e narradas pelo Apresentador (Bryan Cranston), somos retirados da narrativa tradicional para observar o making of da peça. E quando temos o formato 16:9, os cenários e as cores vibrantes, voltamos a assistir a história da peça.

O humor sarcástico, característico de Anderson, é particularmente a melhor coisa do filme. Além disso, usa desse elemento para abordar as transformações no mundo, como as guerras, criação de bombas e o avanço tecnológico. Todas essas questões são colocadas na mesa como uma reflexão sobre o existencialismo, o enfrentamento do luto e até o amadurecimento.

No entanto, a obsessão de Anderson com a estilização visual pode, em alguns momentos, superar a profundidade dos personagens e a progressão da trama, o que aparenta ser explorada de maneira superficial, estando mais interessado em criar uma narrativa nonsense, que após usado excessivamente, acaba perdendo a força em sua história perto do ato final.

O diretor também flerta com a ficção científica, utilizando referências das histórias de extraterrestres dos filmes antigos do gênero, como, “Invasores de Marte” (1953), “O Dia em Que a Terra Parou” (1951) e até o radioteatro da obra “Guerra dos Mundos”, narrado por Orson Welles em 1938. Isso se alinha com a abordagem lúdica do diretor em relação às suas preferências, que frequentemente escapam da narrativa tradicional do cinema hollywoodiano.

Por fim, o universo de “Asteroid City” é a fusão de elementos estéticos, narrativos e performáticos que evocam a atmosfera dos anos 1950, seja nas expressões artísticas, na publicidade ou na estética visual. Fica evidente como Wes Anderson sempre tem explorado amplamente esse estilo clássico com o indie moderno. Neste novo filme, fica ainda mais evidente essa paixão particular.

8

Missão cumprida

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