5.5/10

Hypnotic – Ameaça Invisível

Diretor

Robert Rodriguez

Gênero

Ação , Suspense

Elenco

Ben Affleck, Alice Braga, JD Pardo

Roteirista

Robert Rodriguez e Max Borenstein

Estúdio

Diamond Filmes

Duração

93 minutos

Data de lançamento

26 de outubro de 2023

Enquanto busca incansavelmente por sua filha desaparecida, o detetive Danny Rourke (Ben Affleck) se vê envolvido em uma conspiração criminosa que desafia a realidade. Nessa jornada, ele é confrontado por uma série de acontecimentos perturbadores que o levam a questionar tudo. Contando com a ajuda de Diana Cruz, Rourke segue os rastros do homem que acredita ter as respostas para encontrar sua filha, mas acaba se deparando com revelações surpreendentes e perigosas.

Em “Hypnotic – Ameaça Invisível”, Ben Affleck é Danny Rourke, um detetive com uma vida pessoal bagunçada, sua filha pequena foi sequestrada há alguns anos sem qualquer pista de seu paradeiro ou sequestradores, mas isso começa a mudar quando Rourke se vê num caso estranhíssimo no trabalho: um assalto a um banco, feito por pessoas que, aparentemente, não tinham nenhum tipo de relação umas com as outras e começaram a agir de forma estranha. Rourke persegue um dos assaltantes e depois de mais uma situação bizarra de truques mentais, ele acaba com uma foto polaroid de sua filha e uma instrução para encontrar uma pessoa de quem ele nunca ouvira falar.

Rourke descobre que os “truques mentais” que presenciou se tratam de uma espécie superpoderosa de hipnose, o que o leva a conhecer Diana Cruz (Alice Braga), uma mulher que à primeira vista parece uma vidente charlatã, mas logo se mostra uma peça importante para que Rourke entenda seu presente, seu passado e como reencontrar sua filha. A primeira coisa a se estabelecer é que existem “hypnotics” no mundo, pessoas que têm uma predisposição a influenciar a mente de terceiros e também que existem pessoas como Rourke, que são imunes aos hypnotics. O conceito desse tipo potencializado de hipnose fica numa área cinzenta entre o real e o fantasioso e, ao longo do filme, somos induzidos a levar a sério conceitos ainda mais absurdos, o quanto você está disposto a aceitá-los dirá muito sobre o quanto você aproveitará o filme.

A jornada de Rourke com Diana e seu detetive parceiro River (Dayo Okeniyi) para alcançar o vilão Lev Dellrayne (William Fichtner) e entender o que houve com a criança desaparecida é uma viagem em muitos sentidos. Dirigido por Robert Rodriguez, Hypnotic é um filme pra lá de ambicioso, ainda que pareça confortável em seu lugar do que seria definido como “filme B”, os ângulos e movimentos de câmera usados para diferenciar os momentos reais dos momentos de hipnose são interessantes e é impossível não pensar em Nolan, principalmente em “A Origem”, que tem diversos pontos convergentes apesar do roteiro de Robert Rodriguez ser do começo dos anos 2000. Essas semelhanças não são negativas, ainda que a temática de sonho (ou nesse caso hipnose) vs. realidade sejam representadas de forma realmente parecida, Rodriguez tem o pé no chão e um humor e autoconsciência que são mais difíceis de encontrar no trabalho de Nolan.

Hypnotic tem um número inimaginável de plot twists, uns mais absurdos e menos críveis que os outros e, no terceiro ato, temos que fazer um verdadeiro exercício mental não para entender o que está acontecendo, mas para aceitar que os acontecimentos possam fazer parte dessa história que não se declara inteiramente fantasiosa do começo. Cada reviravolta é cuidadosamente explicada, mas a sensação de que pode virar uma bagunça a qualquer momento permanece (e talvez até mesmo se concretize, dependendo do seu ponto de vista). Ainda assim, é um filme que pode ser muito divertido quando você apenas se deixa levar. Alice Braga está muito bem em seu papel que se desdobra em muitos, e é sempre bom ver um brasileiro alcançando lugares nem sempre (quase nunca) ocupados pelos nossos,e Ben Affleck está como Ben Affleck costuma estar, o que também vai bem com seu personagem constantemente próximo de saber a verdade, só para se descobrir inteiramente perdido.

 

Por Júlia Rezende

7

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