5.9/10

TOC TOC TOC – Ecos do Além

Diretor

Samuel Bodin

Gênero

Terror

Elenco

Woody Norman, Lizzy Caplan, Antony Starr

Roteirista

Chris Thomas Devlin

Estúdio

Paris Filmes

Duração

88 minutos

Data de lançamento

31 de agosto de 2023

O horror se instaura quando um menino de oito anos chamado Peter tenta investigar os misteriosos sons de batidas que vêm de dentro das paredes de sua casa e um segredo sombrio que seus pais sinistros mantinham escondido dele.

Peter (Woody Norman) é o único filho de um casal introspectivo e se vê constantemente em solidão. Na escola, é incomodado por colegas de classe que se aproveitam de seu jeito mais quieto para importunar sua vida. Em casa, uma casa grande e com ar de abandonada do lado de fora, não tem ninguém para implicar com ele, mas isso não significa que as coisas são muito melhores. Seus pais lhe tratam bem, mas sempre a uma certa distância que implica coisas não ditas, ou segredos não revelados. Para completar, Peter é atormentado por pesadelos quase toda noite, seus pais são compreensivos, mas dizem que os barulhos e vozes que o menino ouve são frutos de sua imaginação fértil.

Quando os pesadelos de Peter se tornam mais reais e a voz que ele ouve pelas paredes começa a passar informações suspeitas a respeito de sua família e de boatos que rondam a cidade, ele se vê ainda mais sozinho e mais confuso, podendo contar apenas com sua nova professora substituta (Cleopatra Coleman). As coisas só pioram quando Peter tenta confrontar os pais em busca de respostas, sua mãe Carol (Lizzy Caplan) quer agir como se nada estivesse acontecendo, apesar de estar claramente afetada, enquanto Mark (Antony Starr), o pai, está disposto a tomar qualquer medida para fazer Peter abandonar o assunto de uma vez por todas.

Toc Toc Toc – Ecos do Além (um nome curioso, considerando que a versão original é apenas “cobweb”, ou “teia de aranha” numa tradução literal) é um filme tradicional de terror sobrenatural em praticamente todos os sentidos. Não há nada exatamente inovador ou fora da curva, mas isso não significa que estamos falando de um filme ruim. Toc Toc Toc é um filme honesto ao que se propõe, talvez tenha confiado um pouco demais na sua introdução, que se prolonga mais do que necessário, mas uma vez que as coisas começam a acontecer de verdade, é uma jornada digna de um filme de terror.

A seu favor, o filme tem algo que muitas vezes falta em filmes do gênero: um ótimo elenco. Antony Starr, Lizzy Caplan e, principalmente, Woody Norman entregam performances convincentes para personagens que exigem uma longa gama de sentimentos, mesmo quando o roteiro ameaça ir fundo demais nos clichês. As subtramas são interessantes o suficiente para dar força à trama principal e ajudam a construir e manter o clima misterioso que cerca Peter a todo momento, em todos os lugares. O diretor, Samuel Bodin, pode não ter muita experiência, mas consegue utilizar bem o que sabe, com movimentos de câmera que acrescentam ao desconforto que certas cenas pretendem provocar.

O terceiro ato é mais frenético ao tentar concentrar reviravoltas, aparições e informações essenciais num curto período de tempo e os últimos minutos podem passar uma sensação de afobação, mas nada que prejudique o filme como um todo. Esses dias ouvi a expressão “terror de shopping center” pra falar de filmes de terror tradicionais, daqueles que você vai com amigos ao cinema para assistir e Toc Toc Toc se encaixa perfeitamente nessa definição. Não é nenhum marco para o gênero, mas é uma escolha sólida para quem é fã e garante 1h30 de bom entretenimento.

 

Por Júlia Rezende

8

Missão cumprida

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