6.5/10

Zona de Risco

Diretor

William Eubank

Gênero

Ação

Elenco

Russell Crowe, Liam Hemsworth, Milo Ventimiglia

Roteirista

David Frigerio e William Eubank

Estúdio

Imagem Filmes

Duração

113 minutos

Data de lançamento

29 de fevereiro de 2024

Um piloto de drone das Forças Aéreas é a única esperança de uma força-tarefa presa em uma emboscada. Cercados pelo inimigo em um território remoto nas Filipinas, a única chance de sobreviverem está nas mãos de Reaper (Russell Crowe), um piloto de drone, e Kinney (Liam Hemsworth), um jovem oficial da aeronáutica. Eles têm 48 horas para resgatar os soldados antes que esta missão vire um verdadeiro desastre.

A partir da sinopse, trailer e cartaz, “Zona de Risco” parecia ser mais um filme de guerra que endeusa homens “durões” cujas únicas características marcantes são a cara fechada e o amor por armas, mas o elenco de qualidade poderia ser um indicativo de que esse não seria, necessariamente, um filme tão genérico. Nesse caso, a segunda impressão estava mais correta. “Zona de Risco” é surpreendentemente divertido, bem-feito e organizado e o elenco realmente entrega performances de peso. Ao contrário do que tudo indicava, o filme tem muito a seu favor e estava pronto para um resultado realmente positivo, até ultrapassar, diversas vezes, seu ponto de equilíbrio. Constantemente o longa se depara com um defeito narrativo: o de não saber quando parar. 

“Zona de Risco” foca num grupo de homens da Força Aérea estadunidense que está saindo em missão. O jovem Kinney (Liam Hemsworth) é um recém chegado piloto de drone que encontra um grupo muito mais experiente e entrosado. Por serem experientes, eles também são reticentes no que diz respeito aos “atiradores virtuais”, como Kinney, e logo tratam de alertá-lo sobre os perigos reais que ele viria a enfrentar. Eles estão numa missão para resgatar alguém – isso é tudo que eles sabem sobre o assunto, mas como bons soldados, cumprem seu papel sem qualquer questionamento. Eles chegam no local da missão e descobrem que seria mais difícil do que estavam imaginando quando são atacados pelo inimigo com uma artilharia pesada. 

O grupo se dispersa, com casualidades, e ficamos apenas com Kinney desse lado da linha. Isso porque ele está sozinho geograficamente, mas tem contato direto com o Capitão Eddie Grimm (Russell Crowe), também conhecido como “Reaper”. Reaper é uma figura controversa, ele é dedicado à sua (quarta) esposa, que está esperando um bebê a qualquer momento e é dedicado a seu trabalho, mas tem uma personalidade difícil de lidar e seus problemas com autoridades lhe tiraram do trabalho em campo para colocá-lo como ponto de contato entre os pilotos de drone e a torre de comando. Ele, junto com a sargento Nia Branson (Chika Ikogwe), são responsáveis por guiar e disparar os drones de acordo com as informações passadas por Kinney. É interessante o papel ocupado por Russell Crowe na história, a personalidade de seu personagem é inteiramente responsável pelo alívio cômico do filme, mas também é um bom contraponto em relação à situação vivida pelos homens em campo.

Por um bom tempo o filme se resume a Kinney tentando escapar vivo do local da missão e, novamente, é surpreendentemente bom. Liam Hemsworth traz para Kinney um ar de determinação, mas nunca de prepotência, nós sentimos o seu medo e seu desespero para apenas sobreviver e é fácil torcer para seu sucesso. A ação, até aqui, é bem convincente também, com explosões assustadoras que determinam um ambiente inóspito. Kinney é um herói ao mesmo tempo que é um mocinho e é uma combinação que funciona. O problema é que, como previamente mencionado, o filme de William Eubank não sabe quando parar e as coisas continuam escalando e Kinney passa de herói relacionável a super-herói, ao ponto de, no final, ser capaz de coisas que até mesmo alguém com superpoderes encontraria dificuldades para resolver e a glorificação da violência também se intensifica em níveis injustificáveis.

Do outro lado da linha, o problema é o mesmo. Um exemplo muito simples é uma piada de Reaper sobre sua esposa ser vegana – é engraçado da primeira vez, um pouco menos da segunda e daí em diante fica apenas repetitivo, mas segue com ele até o fim, sempre escalando. O comportamento dos colegas de trabalho de Reaper começa apenas como irritante, depois absurdo o bastante para ser antiprofissional. O relacionamento de Reaper com Nia Branson sofre do mesmo mal, sem explicações ou muito contexto, de repente temos que entender que eles se veem como pai e filha, isso sem contar com algumas falhas no roteiro que impossibilitam uma imersão mais completa na produção, mas não há dúvidas de sua superioridade em relação a outros títulos da mesma temática lançados recentemente e, se você está procurando por um filme de ação para curtir sem precisar pensar ou analisar mais nada, talvez esse seja a melhor opção no momento.

 

Por Júlia Rezende

6.5

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