O cinema sempre procura criar versões sobre acontecimentos bíblicos, principalmente, o gênero de terror que já trouxe diversas histórias sobre ressurgimento de Lúcifer e a constante batalha entre o bem e o mal.
E o novo filme “A Profecia do Mal”, dirigido por Nathan Frankowski, que estreia nos cinemas nesta quinta-feira (26), traz mais um filme que mostra Lucífer sendo expulso do céu e acorrentado no inferno pelo Arcanjo Miguel. Ele passa milênios procurando se vingar e abrir de vez as portas do inferno para dominar o mundo.
A diferença é que além do terror, o longa também flerta com a ficção científica ao apresentar uma forma tecnológica para a vingança de Lúcifer, onde uma empresa multimilionária de biotecnologia tem uma técnica inovadora que permite clonar as pessoas mais influentes da história com fragmentos de DNA. A organização é comandada por uma seita satânica que tem como objetivo roubar o sudário de Jesus Cristo, para obter o seu DNA e criar um clone que servirá como uma oferta final ao diabo e resultando no seu ressurgimento.
Mas mesmo com um enredo com ideias interessantes que tem um começo promissor, o roteiro não consegue se sustentar até o ato final, carregando diversos problemas narrativos.
As atuações do filme são exageradas e ainda mais prejudicadas pelos diálogos genéricos e desconexos. Os personagens são pouco explorados, onde não consegue-se nem criar um vínculo com a protagonista Laura (Alice Orr-Ewing), que acaba passando por uma situação semelhante com o clássico de terror, “O Bebê de Rosemary”, mas não consegue entregar nem um pouco do drama da icônica personagem de Mia Farrow.
Além disso, a montagem do filme é cansativa e muitas vezes desnecessária para o andamento da história. Pode-se tranquilamente cortar parte do material, pois acaba ficando redundante e arrastado, resultando numa narrativa confusa que não sabe para que caminho seguir ou como finalizar a história.
“A Profecia do Mal” tem uma ideia interessante para o gênero de terror sobrenatural, que segue a fórmula ao apresentar boas cenas de possessão, culto satânico e fanatismo religioso. O problema é que o diretor Nathan Frankwoski se perde ao tentar abraçar muitas coisas, falhando em construir uma narrativa coesa.