Downton Abbey: O Grande Final
Director
Simon Curtis
Genre
Drama
Cast
Michelle Dockery, Joanne Froggatt, Elizabeth McGovern
Writer
Julian Fellowes
Company
Universal Pictures
Runtime
123 minutos
Release date
11 de setembro de 2025
Embora tenha ouvido o burburinho animado sobre Downton Abbey na última década (e mais alguns anos), eu nunca tinha me rendido a essa história – até agora. Antes de qualquer coisa, eu não assisti às 6 temporadas da série, então certamente não posso aproveitar o lado emocional dos filmes como aqueles que assistiram, mas, por outro lado, posso garantir que não é necessário ter assistido a série para se entreter com os filmes. A primeira sensação que tive ao assistir o primeiro filme lançado em 2019 foi a de que estava assistindo a um longo episódio de uma série que, por mais que já tivesse começado, ainda podia me situar na trama e me fazer sentir pelos personagens – e tive a mesma sensação com os outros dois filmes dessas trilogia. O primeiro filme falava sobre um segredo de família e a busca por uma herança, o segundo (Downton Abbey: Uma Nova Era) sobre a família ter que alugar Downton como locação de um filme para poder pagar as contas, já o terceiro é sobre Lady Mary ter se divorciado e os desafios que isso apresentou por conta da sociedade machista da Inglaterra dos anos 30.
Acredito que a série tenha tido mais altos e baixos, mais drama e dificuldades para os personagens, mas a trilogia de filmes parece mais um longo epílogo dividido em 3 partes para mostrar como Downton Abbey viveu seu “felizes para sempre” (embora nem sempre tão feliz). O enredo é limitado a seguir esses personagens familiares em suas novas empreitadas, mas isso não é uma coisa ruim – muito pelo contrário. Downton Abbey: O Grande Final prova que a franquia conhece seu público extremamente bem, assim como conhece e respeita seus personagens, e seu comprometimento em relação a ambos é evidente e muito bem-vindo. Sem grandes acontecimentos, Downton Abbey: O Grande Final dá espaço para que os personagens possam ser e viver, algo cada vez mais raro, principalmente em séries, que deixam de lado essa vivência capaz de conectar audiência e personagens em níveis mais significativos para dar espaço para tramas “grandiosas”, muitas vezes exageradas.
O filme final, que pode muito bem ser apenas o final de um capítulo e começo de um novo, é extremamente fiel ao que foi apresentado anteriormente, mas sempre aceitando e abraçando a passagem do tempo. O tema central é o divórcio de Lady Mary, cujo marido já estava distante há um bom tempo, além de trazer o retorno de Barrow, agora “trabalhando” para o ator Guy Dexter e a presença de um tio (Paul Giamatti) com a promessa de melhorar a situação financeira da família. Entretanto, todos, do andar de cima ao andar de baixo, de Downton tem seu espaço garantido na narrativa. O que começou em Downton Abbey: Uma Nova Era é aprofundado e desenvolvido aqui, com cuidado e leveza. Os conflitos existem, mas não fazem estragos. Os temas abordados são discutidos com um otimismo gostoso de se ver, ainda que um tanto fantasioso, mas isso só faz com que o filme se torne ainda mais divertido.
Sobre ser um final à altura não resta dúvidas. É bem fácil notar que a produção é carregada de carinho em relação à essa jornada que começou 15 anos atrás. Cada personagem tem uma conclusão satisfatória, incluindo as homenagens à Violet Crawley, que já tinha falecido no final do segundo filme, porém sua intérprete, Maggie Smith, acabou falecendo no ano passado – mas nenhuma porta é realmente fechada, então quem sabe o que pode acontecer?
Por Júlia Rezende