AIR: A HISTÓRIA POR TRÁS DO LOGO | BEN AFFLECK TRAZ EMOÇÃO PARA O MUNDO CORPORATIVO

Quem vê a Nike hoje, a marca de roupa mais valiosa do mundo com uma avaliação de mais de 33 bilhões de dólares, nem imagina que menos de 40 anos atrás ela era considerada uma das “lanterninhas” no mundo dos esportes, ficando atrás de Adidas, Puma e até mesmo a Converse. Nos anos 80, essas marcas competiam para ter seus tênis nos pés dos mais famosos atletas como uma estratégia de Marketing. Adidas e Puma (que saíram da mesma família) já estavam mais do que consolidadas como grandes marcas esportivas, a Converse ganhava as quadras de basquete e a Nike tinha mais força nos tênis para corrida, mas os tênis de corrida tinham pouco apelo para quem não praticava esse esporte e procurava um tênis que pudesse ser usado tanto para esportes quanto para situações casuais, cabia à Nike resolver como derrubar essa barreira.

Com o capital da empresa recém aberto, Phil Knight (Ben Affleck), o ousado fundador e CEO da Nike, passa por uma fase de transição, limitado pelo Conselho e pelas novas burocracias que tornam mais difícil fazer com que a marca consiga se destacar. É aí que entra Sonny Vaccaro (Matt Damon), um guru do basquete e responsável pela divisão do esporte no departamento de Marketing. Ele é claramente um visionário, principalmente quando se trata de basquete, acompanhando desde jogadores desde seus primeiros passos nos jogos de ensino médio e universidade. É dele a ideia de usar todo o orçamento anual, que deveria ir para 3 jogadores, somente para contratar Michael Jordan, que até o momento era uma grande promessa, mas ainda não tinha nem ao menos jogado sua primeira partida na NBA.

A visão, ousadia e certo desprezo pelas regras convencionais são as características de Sonny que fazem dessa uma história digna de ser contada e fascinante de ser vista, ele é certamente uma das estrelas aqui, consolidado pela atuação consistente de Matt Damon, mas a alma do filme – e da história – é Deloris Jordan, a mãe de Michael Jordan. Dizem os rumores que Michael Jordan afirmou que só deixaria que Ben Affleck, que além de atuar, também dirigiu o filme, contar sua história se a sua mãe fosse interpretada por Viola Davis e é verdade que simplesmente não dá para errar quando se escala Viola Davis, mas nesse caso Michael Jordan foi particularmente certeiro.

“AIR” tem muitos pontos positivos a seu favor desde o princípio. Do diretor ao elenco, à história original que envolve um azarão para quem você pode torcer (e da destreza de Affleck em transformar um grande empresa nesse azarão), superação, desafios, um herói nacional e o amor de uma mãe, tinha tudo para dar certo, e de fato deu. O filme, acima de tudo, sabe dominar a arte de contar uma história e respeitar – e ressaltar – suas peculiaridades e seus personagens, como a decisão de não escalar ninguém para o papel de Michael Jordan e o roteiro que sabe passar emoção com leveza. Não é apenas a história da Nike ou da criação da marca Air Jordan e também não é a história de Michael Jordan, é a história de um momento decisivo para a vida de todos os envolvidos e para o futuro do esporte e de atletas no geral, tudo isso movido pela confiança de um olheiro/marqueteiro em um jogador diferenciado e na confiança incondicional de uma mãe em seu filho.

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