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O Primeiro Homem é um filme baseado no livro homônimo, escrito pelo historiador James R. Hansen, que conta a trajetória de Neil Armstrong (Ryan Gosling), passando pela infância e a juventude, a dura preparação para se tornar piloto de testes, as emoções vividas em família, os bastidores da Apollo 11 e como sua vida mudou após a fama mundial.

O longa dirigido por Damien Chazelle, diretor vencedor do Oscar por La La Land (2016), tem como foco os acontecimentos que levaram Armstrong a ser o primeiro homem a pisar na lua. Apesar de ser uma história conhecida e já contada de diferentes formas, desta vez a viagem espacial não é retratada como um feito cinematográfico, mas sim como árdua e aterrorizante.

Após a morte de sua filha de dois anos, Armstrong, um homem reservado, fecha-se ainda mais e mantém todo seu foco no trabalho, afastando-se de sua esposa Janet (Claire Foy). No decorrer da trama, Armstrong, que ainda está de luto por sua filha, tem que lidar com as mortes de seus colegas em testes que levantaram o questionamento: superar os soviéticos na corrida especial vale tanto tempo, dinheiro e vidas? A que custo o homem chegaria a lua?

Conforme a corrida espacial vai se tornando mais acirrada, o ritmo do filme se torna mais acelerado, com edições rápidas, assim como em Whiplash (2014), outro trabalho aclamado de Chazelle. Em um momento, cenas de testes da NASA se intercalam com cenas de um grupo de pessoas cantando Whitey On The Moon de Git Scott-Heron, música que questiona pra quem era de fato a conquista de chegar à lua. Tanto que um dos seus versos diz:

”Was all that Money I made las’ year (for Whitey on the moon?) How come there ain’t no money here? (Hm! Whitey’s on the moon)” [Foi todo esse dinheiro que fiz no ano passado (para “Whitey” na lua?) Como é que não há dinheiro aqui? (Hm! “Whitey está na lua”, em tradução livre]. 

Todos os testes de viagens espaciais deixam claro o quanto estes homens arriscaram suas vidas. O barulho extremamente alto do metal rangendo e os closes nos painéis e nos rostos dos astronautas passam um sentimento de claustrofobia e angustia, na maioria das vezes o foco é dentro das espaçonaves e não longas tomadas do espaço como é geralmente visto em filmes do tema. 

É quase como ter uma experiencia em primeira pessoa de como era difícil manter o foco para ajustar os equipamentos quando se está dentro de uma lata girando como uma centrifuga.

Neil Armstrong teve que ir até a lua, passando por uma experiencia mortal para superar a tragédia que é perder um filho e Ryan Gosling demonstra isso com uma atuação contida e madura, de poucas palavras, como, segundo o historiador e autor do livro que deu origem ao filme, era o próprio Armstrong.

O Primeiro Homem, assim como os outros filmes de Chazelle, tem um protagonista ambicioso e extremamente focado em um objetivo. É uma imersão na vida de Armstrong e deixa o espectador angustiado mesmo sabendo tudo o que está prestes a acontecer. É um daqueles filmes que vale a pena ir ver no cinema na sala IMAX.

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