MINIONS 2: A ORIGEM DE GRU | COM A MESMA ESSÊNCIA, MAS REFORMULADOS, OS MINIONS PROVAM QUE AINDA SABEM DIVERTIR

Há mais de 10 anos os minions, essas criaturinhas amarelas que não falam coisa com coisa, tomaram conta das telonas, das festas infantis, das prateleiras das lojas de brinquedos, de festas à fantasia… Enfim, ninguém pode dizer que os minions não são um grande sucesso. Eles apareceram como coadjuvantes nos três filmes da franquia “Meu Malvado Favorito”, e no meio tempo ainda garantiram um filme em que eram a grande estrela. Minions, lançado em 2015, certamente não foi tão bom quanto poderia ser, e parte da culpa estava no excesso. Sim, esses bichinhos amarelos são fofos, engraçados e adoráveis, e a gente acaba entendendo o que eles querem dizer mesmo que nenhuma frase tenha mais de duas palavras inteiras e os filmes do “Meu Malvado Favorito” (foco nos dois primeiros) já provaram que eles são ótimos coadjuvantes, mas um filme cheio de minions do começo ao fim e com pouca interação humana dá mais trabalho para prender nossa atenção por quase 2 horas.

Kyle Balda parece ter entendido muito bem essa diferença. Minions 2: A Origem de Gru é oficialmente a sequência do filme lançado em 2015, mas aqui os minions dão um passo para trás em sua participação e, como o próprio título sugere, temos a história de como Gru deu os primeiros passos na vilania e como os minions apareceram na sua vida. Enquanto o primeiro filme se passava nos anos 60, a sequência acertou mais uma vez ao colocar seus personagens na década de 70, a ambientação e trilha sonora sendo um dos pontos altos do filme que diverte do começo ao fim.

Gru é apenas uma criança, mas mesmo com sua pouca idade ele já tem apenas um sonho: se tornar um grande vilão, o que já fazia dele um alvo de piada entre seus colegas de classe, mas Gru nunca se deixou definir pela opinião alheia. Quando seu grupo preferido de vilões, o Sexteto Sinistro, abre uma vaga (vulgo traem Willy Kobra, o membro mais velho – e fundador – e o expulsam do grupo), Gru não pensa duas vezes antes de se candidatar. É claro que quando ele chega para a entrevista, os vilões não o levam a sério, afinal de contas ele é apenas uma criança, mas o pequeno aspirante a vilão não se dá por vencido e, com a ajuda do trio já conhecido de minions Kevin, Stuart e Bob e do novato Otto, consegue roubar a pedra do zodíaco que o grupo se vangloriava por ter conquistado.

Na posse da pedra cheia de poderes, Gru enfim chama atenção de seus ídolos, mas não do jeito que ele desejava. As coisas pioram quando o desastrado Otto perde a pedra que acabou em suas mãos e começa uma verdadeira caçada entre Gru e os minions, o Sexteto Sinistro e até mesmo o rejeitado Willy Kobra entra na disputa.

Como todo bom filme infantil, Minions: A Origem de Gru traz consigo belas mensagens, que apesar de não serem complexas, são valiosas, a principal delas sendo a de que é ok pedir ajuda. Na primeira parte do filme, Gru, mesmo com sua pouca idade, quer se afastar dos minions, muitas vezes eles mais atrapalham do que ajudam em suas aventuras e Gru decide que já está muito velho para precisar dos mini ajudantes, mas assim como Willy Kobra é o maior ídolo de Gru, esse é o maior ídolo dos minions e eles farão qualquer coisa para realizar os sonhos de seu mini chefe, como eles mesmos dizem.

Os esforços dos minions para salvar e ajudar Gru rendem ótimas cenas, com uma menção especial a uma sequência em que Kevin, Stuart e Bob aprendem a lutar kung fu em algumas das cenas mais engraçadas de todo o filme. Além das cenas de ação com artes marciais, muitas outras referências são feitas aos anos 70, desde a caracterização do Sexteto Sinistro, à loja de discos que serve de QG para eles e, principalmente, a trilha sonora, que desde os primeiros minutos do filme já deixam bem claro para os adultos acompanhando as crianças ao cinema que eles podem até não ser muito fã da história, mas pelo menos música boa eles vão ouvir.

Alguns personagens já conhecidos também dão as caras nessa sequência, a mãe de Gru aparece mostrando que sempre foi mãe relapsa e indiferente como conhecemos nos últimos filmes, temos uma indicação da origem de um outro vilão e ainda somos apresentados ao Dr. Nefário antes de trabalhar com Gru e os minions.

Minions 2: A Origem de Gru conseguiu se dar bem tanto quanto sequência de Minions e prequência de Meu Malvado Favorito. É claro que não era um filme necessário e, falando a verdade, não adiciona quase nada ao universo dos filmes, mas considerando que o que fala mais alto aqui é a bilheteria, o resultado no quesito qualidade foi satisfatório e divertido, muito mais do que os dois últimos filmes da franquia, mas talvez agora seja a hora de dar um tempo nos novos conteúdos sobre as criaturas amarelas, que já estão bem perto de se desgastarem.  

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