6.0/10

A Lenda de Ochi

Director

Isaiah Saxon

Genre

Aventura , Drama

Cast

Helena Zengel, Willem Dafoe, Emily Watson

Writer

Isaiah Saxon

Company

A24

Runtime

95 minutos

Release date

29 de maio de 2025

Em uma vila remota na ilha de Carpathia, uma tímida garota de fazenda chamada Yuri foi criada para temer uma espécie animal conhecida como Ochi. Mas, quando ela descobre que um bebê Ochi ferido foi abandonado, ela parte em uma aventura para levá-lo para casa.

Em tempos de super produções focadas em remakes, uma história original para família ganha pontos só por existir em 2025, mas “A Lenda de Ochi” garante ainda mais pontos por fugir do CGI para contar uma história de fantasia com bonecos e uma estética nostálgica dos anos 80. Escrito e dirigido por Isaiah Saxon, o visual do filme da A24 é tão impressionante quanto apaixonante, explorando as florestas e as criaturas chamadas de Ochi, que vivem em constante estado de conflito com os habitantes da ilha de Carpathia. Nessa ilha remota, tanto no espaço quanto no tempo, Maxim (Willem Dafoe) lidera uma gangue de meninos (entre crianças e adolescentes) que buscam fazer justiça com as próprias mãos para livrar a comunidade das feras que são os Ochi, ou ao menos é isso que eles acreditam. Na gangue estão o seu protegido Petro (Finn Wolfhard) e sua filha Yuri (Helena Zengel), mas Petro é mais tratado como filho do que Yuri, complicando a relação entre Maxim e Yuri.

À noite, Maxim e sua turma saem para caçar os Ochi em armaduras improvisadas e sedentos por sangue. Ninguém questiona a guerra contra os Ochi, apesar de Yuri se sentir deslocada de toda a situação; e essa situação só piora quando ela encontra um filhotinho de Ochi preso num tronco, longe de sua tribo. O mini Ochi é uma feita para ser fofa e para gerar uma conexão imediata com o público, com seus olhos e orelhas grandes e corpo peludo, ele é uma mistura de Grogu de Mandaloriano e os Gremlins. Contrariando tudo que aprendera, Yuri o ajuda e os dois acabam formando uma dupla improvável enquanto a menina tentar salvar Ochi do grupo de seu pai e devolvê-lo para sua família. Nessa jornada, conhecemos um pouco mais da ilha, que tem dificuldade em conciliar as novas tecnologias com seus costumes tradicionais e também conhecemos mais da família de Yuri.

Uma das coisas mais interessantes do filme é o fato de que o Ochi e Yuri conseguem se comunicar, não em inglês, mas no idioma Ochi, que mais parece uma série de barulhos melódicos. Essa interação entre os dois rende um dos melhores momentos da trama, em que humano e criatura se compreendem apesar de todas as adversidades. Depois Yuri vai descobrir que esse seu “dom” de falar a língua dos Ochi vem de sua mãe, Dasha (Emma Watson). Por mais que Yuri e sua família tenham potencial, não são personagens realmente desenvolvidos. A trajetória de Yuri para devolver o filhote à sua família acaba se arrastando, sem grandes acontecimentos, e o filme perde o seu ritmo, tornando-se cansativo, apesar de ter apenas 1 hora e meia de duração. 

O final é inspirado e também emocionante, mas não tão original quanto o visual do filme. Boa parte dos acontecimentos parecem derivativos e os personagens mal aproveitados, ainda que as atuações sejam sólidas. A impressão que fica é que o filme foi criado muito mais a partir de um conceito visual do que de uma ideia bem pensada. Um equilíbrio entre esses dois teria trazido um resultado muito mais positivo, ainda que o filme continue merecendo respeito pelos seus efeitos práticos.

 

Por Júlia Rezende

7

Orbiting

en_US