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Bailarina

Director

Len Wiseman

Genre

Ação , Drama

Cast

Ana de Armas, Ian McShane, Keanu Reeves

Writer

Shay Hatten e Derek Kolstad

Company

Lionsgate

Runtime

125 minutos

Release date

04 de junho de 2025

Uma assassina treinada nas tradições da organização Ruska Roma sai em busca de vingança após a morte do pai.

Keanus Reeves como John Wick conseguiu levar a franquia de ação ao nível das maiores. Foram 4 filmes de muito sucesso e, mesmo quando sua história parecia ter chegado ao fim, foi anunciada uma minissérie spin-off, O Continental: Do Mundo do John Wick (que não chegou perto do sucesso dos filmes e ficou “esquecida”), um 5º filme da franquia (que está em desenvolvimento) e o filme spin-off “Bailarina”, estrelado por Ana de Armas. Previsto para lançamento em junho de 2024, o filme foi adiado com especulações de refilmagem e agora, um ano depois, chega aos cinemas com o grande desafio de superar as inevitáveis comparações e criar algo que possa se sustentar sozinho. Diante da quantidade avassaladora de filmes derivados nos últimos anos, é difícil deixar de lado o ceticismo ao assistir mais um spin-off/sequência/remake nos cinemas, mas “Bailarina” é uma grata surpresa ao se provar um filme fiel ao universo de John Wick.

Ambientado durante os eventos de John Wick 3: Parabellum, “Bailarina” encontra o caminho para traçar sua própria história mostrando as engrenagens da Ruska Roma, a organização de assassinos liderada pela Diretora (Anjelica Houston) que até então aparecera nos filmes da franquia sem grandes explicações das suas tradições e funcionamento. Aproveitando esse gancho, conhecemos uma das bailarinas que se forma dentro da organização: Eve Macarro (Ana de Armas). O filme abre com Eve ainda criança, quando vivia sob a proteção de seu pai Javier (David Castañeda), que já estava envolvido com os assassinos do mundo de John Wick. O chefão deles, The Chancellor (Gabriel Byrne), queria levar a pequena Eve para viver com a sua família, acusando Javier de ter traído a organização a qual pertencia, mas ele não entrega a filha e acaba morrendo; então nasce o desejo de vingança de Eve. A menina é acolhida por Winston (Ian McShane) e se junto à Ruska Roma, onde é treinada tanto para ser bailarina (combinando com a caixinha de música que seu pai lhe dera), quanto para ser uma assassina a sangue frio. 

A trama de vingança já é uma velha conhecida dos fãs de John Wick, afinal de contas foi o assassinato de seu cachorrinho que desencadeou todos os acontecimentos dos 4 primeiros filmes da franquia e apesar de não ser uma cópia, “Bailarina” traça diversos paralelos com a história de John Wick. O filme alcança um equilíbrio usando o universo já conhecido como pano de fundo de uma personagem 100% nova e, surpreendentemente, original. Eve é tão complexa quanto qualquer outro personagem clássico de filme de ação e suas motivações são convincentes o suficiente para que a gente possa usá-las como ponto de partida para ver aquilo que realmente importa nesse tipo de filme: a ação de fato. As cenas de luta de John Wick se tornaram icônicas desde o começo e foram escalando até alcançar aquele nível de Missão Impossível, em que já deixaram de ser críveis há muito tempo, mas são infinitamente divertidas de se ver. O sucesso de “Bailarina” dependeria bastante do nível de ação que viria a apresentar, e mais uma boa notícia é que o spin-off consegue manter o estabelecido pelos da franquia original. Eve não é apenas uma “versão feminina” de John Wick, em uma cena específica em que ela está aprendendo técnicas de luta, a instrutora lhe diz “lute como uma garota”, poderia ser só uma frase clichê e brega (foi minha primeira impressão), mas faz sentido não só no contexto da luta como do enredo, Eve não tem o mesmo porte físico de um homem, então não deve lutar como um e isso se aplica a todo o resto.

“Bailarina” sabe ir para a luta com o que tem à sua disposição. Conhecemos mais da Ruska Roma, mas também sobre a organização que é sua maior rival, com quem tem um acordo de paz em vigor há muitos e muitos anos, mas tem sua trégua ameaçada quando Eve vai atrás dos carrascos de seu pai. Adentrar esse mundo de assassinos de aluguel continua sendo tão divertido quanto foi nos primeiros filmes da franquia, principalmente porque agora temos cenários nunca antes explorados. Por mais que a jornada de Eve não chegue nem perto de reinventar a roda, faz o que precisa ser feito para se tornar adição merecida ao gênero e ao universo John Wick, e deixa até mesmo um gostinho de quero mais.

 

Por Júlia Rezende

8.5

Mission Accomplished

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