7.2/10

Elio

Director

Adrian Molina, Madeline Sharafian e Domee Shi

Genre

Animação

Cast

Writer

Julia Cho, Mark Hammer e Mike Jones

Company

Disney/Pixar

Runtime

99 minutos

Release date

19 de junho de 2025

Elio, de onze anos, se vê transportado pela galáxia e confundido com o embaixador intergaláctico do planeta Terra.

Que satisfação assistir uma animação com uma história original em 2025 – satisfação ainda maior que seja um filme tão sensível, engraçado e divertido de se assistir, trazendo um gostinho dos melhores momentos passados da Pixar. É uma pena que “Elio” esteja sendo lançado entre remakes/live-actions de Lilo & Stitch e Como Treinar o Seu Dragão, consagrados sucessos de bilheteria que fisgam o coração (e o bolso) pela nostalgia, e que acabam prejudicando a recepção do público que tem que construir uma relação com um novo personagem. Quem se der a chance de entrar no mundinho de Elio dificilmente se arrependerá. “Elio” é uma animação engraçada, com uma temática sensível e é um espetáculo visual, apesar de ser um filme infantil, é garantia de diversão para a família toda, dos mais novos aos mais velhos, tocando de forma diferente para cada geração.

Elio, que dá o nome ao filme, é um menino de 11 anos que não se sente em casa no planeta Terra. Seus pais faleceram e Elio foi obrigado a viver com sua com sua tia Olga, que trabalha no programa espacial do governo e mora numa base do Exército; não é como se sua tia fosse uma má pessoa, ela só quer o melhor para Elio, mas tem dificuldade em compreender e lidar com a criança que já passou por emoções tão traumáticas em sua vida. Como um método inconsciente de tentar passar pelo luto, Elio desenvolveu um interesse (quase uma obsessão) pelo espaço, acreditando que encontraria com os possíveis alienígenas, o lugar de pertencimento que não encontra na Terra. O sonho de Elio é ser abduzido e quando a oportunidade aparece (por meio do trabalho de sua tia), seu sonho se realiza e ele se vê no Comuniverso, uma espécie de Organização Interplanetária que preza pela harmonia entre as espécies e, por conta de um mal entendido, os seres acreditam que Elio é o líder da Terra e lhe oferecem a oportunidade de os ajudarem com um vilão de um outro planeta.

A história de Elio se desenvolve quando ele encontra Glordon, um alienígena filho do cara malvado, mas que não compartilha da visão de superioridade do pai e logo vira um grande amigo de Elio. A relação entre menino e alien é que nos conduz em sua jornada emocional sobre o que significa a amizade, a gentileza acima da truculência e a ideia de encontrar seu lugar no universo. O universo, que é o cenário dessa história, é um show à parte. Visualmente impressionante, a temática especial é explorada de forma preciosa e detalhada, brincando com todas as possibilidades que só uma animação pode oferecer, adicionando uma nova camada à trama e aos personagens. Além da relação entre Elio e Glordon, outras relações compõem as camadas emocionais do filme, como a relação entre Elio e sua tia, e Glordon e o pai tirano. No melhor estilo Pixar, em determinado momento as risadas constantes dão espaço para as lágrimas; uma das cenas finais, em que as imagens são complementadas com uma citação a respeito do lugar que ocupamos no universo, é um dos momentos mais marcantes do filme.

Com a quantidade de acontecimentos simultâneos, o roteiro fica um tanto sobrecarregado em algumas situações, mas o filme consegue se recuperar antes que um deslize mais significativo possa ser cometido. A mensagem do filme, no entanto, é sempre clara e muito bem exposta: o maior medo do ser-humano é estar sozinho, seja uma criança sem amigos ou um planeta inteiro sem saber se compartilha esse universo com alguma outra forma de vida, e é isso que faz de Elio um personagem tão relacionável e sua jornada tão bonita.

 

Por Júlia Rezende

8.5

Mission Accomplished

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