7.2/10

Lilo & Stitch

Director

Dean Fleischer Camp

Genre

Comédia

Cast

Maia Kealoha, Sydney Agudong, Chris Sanders

Writer

Chris Kekaniokalani Bright e Mike Van Waes

Company

Walt Disney

Runtime

108 minutos

Release date

22 de maio de 2025

Uma menina havaiana solitária faz amizade com um alienígena fugitivo, ajudando a remendar sua família fragmentada.

Deveria ser inacreditável o fato de que temos um novo remake em live-action da Disney considerando que nenhum dos anteriores foi bem recebido pela crítica ou chegou perto de superar os originais, mas a explicação continua sendo a mesma: lucro. Carregados de nostalgia, a bilheteria desses filmes não reflete a qualidade, mas acabam justificando sua existência como produto da Disney. Entre acertos e erros (muito mais erros), Lilo & Stitch é o mais novo clássico a virar live-action para as telonas, e embora não esteja entre os piores, o resultado é muito mais aquém do que poderia ser. Embora já tivesse assistido ao clássico quando criança, não tinha tanto apego pela história e revisitei a animação antes de assistir o live-action, o que me lembrou do porquê de Lilo & Stitch ter virado o fenômeno que virou, mas prejudicou minha experiência em relação ao live-action, já que ficou muito mais evidente a discrepância entre os dois. 

Grande parte do novo filme acontece exatamente igual à animação, Lilo (Maia Kealoha) mora com sua irmã Nani (Sydney Agudong) no Havaí, as duas moram sozinhas depois do falecimento dos pais e tentam navegar no novo relacionamento de mãe-filha, enquanto querem apenas continuar irmãs. Cuidar de uma criança é um trabalho difícil pra qualquer um e ainda mais pra Nani, que é muito jovem e tem Lilo como irmã, uma menina curiosa e autêntica que não se encaixa com as outras crianças da sua idade, o que sempre acaba a colocando em apuros. Quando Lilo pede por um amigo para que ela não fique tão sozinha, quem aparece é Stitch, um experimento alienígena programado para destruição que aparece, mas ele é fofinho suficiente para que ela se apaixone por ele mesmo assim e ele está precisando de um escudo contra seu criador que quer capturá-lo para levá-lo de volta para seu planeta, então logo se tornam inseparáveis. 

Os problemas de Lilo & Stitch (2025), no entanto, são justamente as mudanças feitas em relação à animação. A primeira delas a se destacar é a decisão de transformar Jumba e Pleakley em clones humanos quando chegam à Terra, vividos por Zach Galifianakis e Billy Magnussen respectivamente. Enquanto no live-action nós tínhamos um Pleakley engraçadíssimo, se vestindo de humano e tentando se encaixar em situações absurdas, no live-action temos dois homens que não sabem se comportar como humanos e isso pode até ser engraçado para as crianças mais novas, mas ficou com um ar de Sessão da Tarde que tenta tirar risadas forçadas. Na animação, a sensibilidade da relação entre Lilo e Stitch e suas personalidades era muito mais implícita do que explícita. A relação de Stitch com a história do Patinho Feio era uma forma muito mais emocionante de mostrar como ele se via no mundo e é também um dos meus pontos preferidos da animação, mas foi cortada por completo do filme. A personalidade de Lilo, que transparecia no seu desejo de ser vista como igual pelas meninas de sua idade, no live-action é deixada de lado para dar mais espaço para cenas em que a menina se junta ao Stitch em suas aventuras. 

Quando se mantém próximo do material original, Lilo & Stitch tem seus melhores momentos, o Stitch de CGI continua fofo e engraçado e a escolha da atriz mirim Maia Kealoha pra viver a Lilo foi pra lá de acertada, a menina, além de se parecer fisicamente com a Lilo da animação, consegue passar doçura e travessura na mesma proporção e oferecer carisma de sobra até mesmo nas cenas mais emocionais. Sua química com o Stitch e com a irmã garantem a parcela de sensibilidade do filme e merece parabéns – esses momentos certamente pegarão as pessoas mais nostálgicas em relação à animação.

 

Por Júlia Rezende

6.5

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