6.0/10

Zoopocalipse – Uma Aventura Animal

Director

Ricardo Curtis e Rodrigo Perez-Castro

Genre

Animação

Cast

Viih Tube, Ed Gama

Writer

James Kee, Steven Hoban, Clive Barker

Company

Diamond Films

Runtime

91 minutos

Release date

25 de setembro de 2025

Em ZOOPOCALIPSE - UMA AVENTURA ANIMAL, Gracie e Xavier vivem com seus amigos no zoológico até que um meteoro cai no local, e transforma alguns dos animais em zumbis coloridos. Para salvar seus amigos, a jovem loba Gracie se une ao ranzinza leão-da-montanha Dan. Juntos, eles contam com a ajuda de um grupo para lá de especial: Xavier, o lêmure fã de cinema, Frida, a capivara confiante, Ash, o avestruz cheio de estilo, e Felix, um macaquinho atrapalhado. Agora, essa turma improvável precisa encontrar um jeito de salvar o zoológico e os outros animais.

Zoopocalipse – Uma Aventura Animal tem o propósito ser um filme de terror para crianças, com personagens como animais que se transformar em zumbi, mas não é um filme verdadeiramente assustador (e nem deveria ser); talvez assuste as crianças bem pequenas (até uns 4 ou 5 anos), mas é uma escolha válida para as mais velhas. A parte mais “assustadora” é a cena de abertura, em que uma jovem loba chamada Gracie (dublada em português pela Viih Tube) está sendo perseguida no meio do mato, ela parece lutar pela sua sobrevivência, até que a gente descobre que tudo não passava de um treinamento organizado por sua avó, que gosta de preparar os mais novos para uma quando uma futura coisa ruim (ou pior) acontecer, mas a avó passa mais por pessimista do que realista, afinal de contas eles não estão no meio da selva e sim no colorido e amigável Zoológico Colepepper, onde cada espécie tem seu canto e está sempre protegida pro grades ou vidros de segurança.

A rotina do Zoológico é sempre a mesma: o local é aberto ao público, os visitantes entram (a maioria famílias) e, no final do dia, toca uma música indicando que é hora de fechar. Em um desses dias, logo depois da música, quando só restavam os animais, cai do céu um meteoro roxo brilhante, acertando em cheio um coelhinho, que logo ganha mutações e vira qualquer coisa menos um coelho. Veja que, por ser um filme infantil, não são zumbis propriamente ditos, ninguém come o cérebro de ninguém, mas membros do corpo dos afetados caem constantemente (dá pra por de volta depois). O “contágio” acontece sempre que um afetado encosta em outro animal, então logo os demais se veem obrigados a criar alianças para tentar saírem ilesos. É esse o caso de Grace e do leão Dan, cuja relação forma uma das lições morais do filme, sobre amizade e companheirismo. Como são animais num zoológico, é natural que haja uma discussão sobre sua liberdade – é aí que entra Dan, antes do zoológico, ele vivia livre na selva e, com saudade desse passado, tenta incentivar os outros animais a procurarem o mesmo destino. Acontece que Grace nasceu e cresceu no zoológico, com segurança e comida e cuidados garantidos, então vender essa ideia para ela é muito mais complicado.

Cada animal acaba representando alguma coisa que tem o potencial de virar uma lição, a maioria tem um humor que agrada o público infantil, mas outro destaque é o lêmure Xavier, que traz referências para um público mais adulto, já que ele é um cinéfilo, que sempre finge uma doença pra passar a noite no ambulatório, onde ele tem o controle da TV e fica assistindo a filmes antigos. Ele é o responsável por fazer os comentários metalinguísticos durante a trama, que por mais que sejam interessantes, vão acabar passando batido pelo público infantil. “Zoopocalipse – Uma Aventura Animal” se destaca em trazer um conceito originário do terror para uma roupagem infantil, os animais fogem dos zumbis a todo tempo, levando a cenas de ação criativas, os zumbis são coloridos e brilhantes, com feições arredondadas típicas de desenhos animados e a moral da história é condizente com o que se espera desse tipo de narrativa. Entretanto, a trama é mais simples do que poderia ser, assim como as piadas, e muitas vezes os diálogos parecem estar fora do tom, a execução da dublagem também deixa a desejar. O filme é uma boa opção para levar os pequenos ao cinema, mas não há nada de realmente marcante, ou que possa agradar à toda a família.

 

Por Júlia Rezende

6.5

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