‘Sempre seja você mesmo. A menos que possa ser o Batman’.

Conhecido e premiado pelas sarcásticas animações ‘Frango Robô’, o diretor Chris Mckay substitui a dupla Phill Lord e Christopher Miller – responsáveis pelo elogiado ‘Uma Aventura Lego’ – no comando da nova animação de um dos super-heróis mais conhecidos e queridos dentre todos: o homem-morcego Batman. Na história, o bilionário Bruce Wayne (Will Arnett) vive tranquilamente sua rotina noturna de salvar Gotham City dos criminosos, mas precisa se deparar com um dos seus maiores medos, a responsabilidade de participar de uma família novamente. Isso acontece quando Bruce acidentalmente adota o jovem Dick Grayson (Michael Cera), um jovem alegre criado no orfanato da cidade. O roteiro é assinado por nada menos que cinco roteiristas.

Assim como o antecessor ‘Uma Aventura Lego’, ‘LEGO Batman: O Filme’ é uma animação que tenta atingir tanto as crianças como os adultos. E como ele faz isso? O tema do filme não é nada inovador, explora mais uma vez o problema familiar de Bruce e segue a estrutura da maioria das animações de sucesso atualmente (leia ‘fórmula Pixar’), ou seja, o protagonista está na sua zona de conforto (Batman adora ser paparicado ao salvar Gotham sem a ajuda de ninguém), acontece uma mudança que ameaça/tira o personagem deste conforto (o Comissário Gordon está para se aposentar, assumindo sua filha Bárbara – voz de Rosário Dawson – que decide que Batman terá de trabalhar em conjunto com a polícia) e há um grande aprendizado que transforma o protagonista no final da história.

No entanto, há um diferencial em ‘LEGO Batman: O Filme’ com relação às animações tradicionais. Seguindo o legado sarcástico deixado pelo próprio ‘Uma Aventura Lego’ (além do incrível ‘Deadpool’), durante todo o filme há uma sátira ao universo do super-herói e também a Warner, algo (felizmente) pouco revelado nos trailers de divulgação. Sendo assim, a aparência fofa dos personagens e a ingênua e familiar história servem para cativar as crianças enquanto o lado satírico e auto-referencial conquista os mais velhos, especialmente fãs de filmes, HQs e até séries antigas do homem-morcego. ‘Lego Batman’ conta com uma galeria enorme de personagens, praticamente todos do universo Batman, como Alfred (Ralph Fiennes) e Coringa (Zach Galifianakis), mas além disso, toda a galeria clássica de vilões do super-herói como Bane, O Charada, Mulher-Gato, Espantalho, Duas-Caras, Pinguin, até Arlequina, entre muitos, muitos outros.

E não para por aí! O filme é um deleite aos fãs e tão rico em referências que dificilmente todas serão completamente percebidas assistindo apenas uma vez. Há também os personagens da Liga da Justiça – com participação do Superman (Channing Tatum), Lanterna Verde (Jonah Hill) e Flash, é claro -, o general Zod homenageia a versão de Terence Stamp no Superman clássico, faz piada com a voz de Bane e adiciona muitos personagens do universo Warner e LEGO, de várias franquias que fizeram sucesso no estúdio. Infelizmente, nem todas as piadas funcionam, pois o humor do filme é bem ingênuo e pode soar repetitivo a quem não é muito fã do universo. Não há nada que salte aos olhos na qualidade da animação e a trilha sonora – embora conte com algumas canções pop bem pontuadas em alguns momentos, não teremos outro ‘Everything is Awesome’ no próximo Oscar – também não é das mais inspiradas, mas o visual dos personagens chega a ser cativante (o que dizer daquele Coringa ‘fofo’, com dentes serrilhados e um olhar encantador?).

OPINIÃO FINAL: ‘LEGO Batman: O Filme’ é extremamente divertido e indicado para toda a família. Consegue compensar uma trama previsível com personagens e muitas referências hilárias (sobrou até para Jerry Maguire e a maneira como desenvolve a relação entre o Batman e o Coringa é um dos pontos fortes do filme). O filme também prova que o sucesso de crítica e público de ‘Uma Aventura Lego’ não foi por acaso e que essa é uma franquia que pode render muito mais filmes divertidos futuramente – ‘LEGO Ninjago – O Filme’ já foi anunciado pela Warner para setembro deste ano. Por mais que não vá agradar a todos por conta do seu humor ingênuo e um tanto hermético (direcionado a fãs e conhecedores), é uma excelente opção a quem estiver procurando uma animação alegre e bastante alto astral.

E você, já assistiu ou está ansioso para ver? Concorda ou discorda da análise? Deixe seu comentário ou crítica (educadamente) e até a próxima!




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