MOONFALL: AMEAÇA LUNAR | NOVO FILME APOCALÍPTICO NÃO CONVENCE APESAR DE IMPRESSIONAR

Roland Emmerich sabe fazer filmes de desastre como ninguém. Ele é o responsável por filmes como Independe Day, O Dia Depois de Amanhã e 2012 e tenta levar os desastres para outro nível com Moonfall, um filme em que a lua, supostamente nosso satélite natural, de natural não tem nada e acaba se tornando uma ameaça para a vida na Terra. Se você já achou essa premissa uma grande loucura, você definitivamente não está preparado para Moonfall: Ameaça Lunar.

O filme começa com uma missão da NASA na Lua, da qual fazem parte os astronautas Jo Fowler (Halle Berry) e Brian Harper (Patrick Wilson), entre outros. Tudo corria bem, até que uma matéria estranha cruza seu caminho e acaba matando o restante da tripulação. O problema é que além de não haver provas, Jo e Brian não encontram uma explicação lógica para a causa da morte dos astronautas, e uma investigação determina que foi erro humano.

Onze anos depois, chegamos nos dias atuais. Jo conseguiu seguir sua carreira na NASA, mas Brian acabou fracassando na profissão, além de ter se separado de sua mulher, perdido proximidade do filho, perdeu seu emprego, não tem dinheiro nem para pagar seu aluguel e faz bico no planetário dando palestras para estudantes. É aí que entra KC Houseman (John Bradley), um aspirante à astronauta e entusiasta de teorias de conspiração, principalmente uma especial: de que a lua não é um satélite natural e sim uma megaestrutura construída por alienígenas. KC mora com a mãe que precisa de cuidados especiais, trabalha meio período como atendente em uma rede de fastfood e como zelador de uma instituição, mas consegue colocar as mãos em documentos oficiais e sigilosos e, sozinho, faz cálculos e descobre que a lua está fora de órbita e, de acordo com sua nova rota, colidirá com a Terra.

Depois de conseguir chamar atenção das autoridades através de Brian e Jo, KC se junta aos astronautas para a missão de salvar a Terra impedindo a colisão iminente.  Brian é o retrato de um herói americano rejeitado, enquanto Jo apesar de também ser uma heroína, recebe muito menos atenção. Os diálogos são forçados e tão superficiais quanto os personagens que não ganham mais de duas dimensões em momento algum.

O filme é impressionante em relação aos visuais (apesar dos efeitos não funcionarem todas as vezes), a destruição e o caos são totais e enormes e o desespero da situação é retratado em toda sua significância, mas é também por conta de toda essa grandiosidade que Moonfall acaba se sabotando. Uma cena em que a lua se aproxima tanto da Terra que seus habitantes têm que correr dela (literalmente) impressiona na mesma proporção em que perde sua credibilidade. Desde o início, com um “lunático” como KC descobrindo informações da NASA sozinho, antes mesmo que os computadores e engenheiros pudessem perceber, tudo parece fantasioso demais, até mesmo para uma ficção científica de destruição como essa.

Quase toda a ação está concentrada no terceiro ato, que tem o potencial de se aprofundar nas causas da destruição, mas o filme aposta no caos absoluto como único entretenimento e até mesmo quando tenta mostrar um outro lado mais sentimental, acaba falhando e criando uma interrupção abrupta e desnecessária ao mesclar as cenas de caos com as cenas da fuga de Sonny Harper (Charlie Plummer), filho de Brian com sua mãe e a nova família, com o filho de Jo e sua babá, que não passam de diálogos rasos e situações exageradamente heroicas.

O desfecho da lua é tão absurdo e pouco convincente quanto o restante do filme, e nem as atuações de Halle Berry e Patrick Wilson conseguem salvar essa tragédia.

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