O MASSACRE DA SERRA ELÉTRICA | LEATHERFACE VOLTA EM HISTÓRIA FRACA, MAS COM BOAS SEQUÊNCIAS SANGRENTAS

Eles sempre voltam. Os assassinos dos Slasher movies sempre voltam. Nos anos 70, quando Tobe Hooper plantou a semente do gênero dos slasher movies ao dirigir seu segundo filme, “O Massacre da Serra Elétrica” adaptou de forma ficcional os crimes de Ed Gein que já tinham feito sucesso nas telonas em Psicose.

Um estilo de documentário filmado em super 8 combinado com o clima de road movie mexeram com o imaginário da audiência e o filme se tornou um sucesso que 48 anos depois ainda é revisitado na cultura pop.

A Netflix apostou em uma nova continuação e reboot do clássico depois de um remake, duas prequels e uma continuação em 3D, faltava ao Leatherface chegar ao streaming. Na esteira de Halloween, Chucky e Pânico que mostraram potencial se reinventando para novas audiências anos depois do lançamento, não seria difícil fazer o mesmo com o Massacre da Serra Elétrica – O retorno de Leatherface.

Quando um grupo de jovens influencers decide fazer a cidade de Harlow em uma espécie de república “good vibes” eles não esperavam que neste passeio despertariam o retorno do maníaco da serra elétrica que passou anos escondido lá, deixando sua sede por morte adormecida.

A produção dirigida por David Blue Garcia e com produção executiva de Fede Alvarez na tentativa de criar algo novo mergulha pouco na fonte do original e acaba não trazendo grandes novidades ao gênero.   A opção de evocar a sobrevivente do massacre original Sally Hardesty (Olwen Fouéré) para esta continuação seria ótima se não tivesse Laurie Strode (Jamie Lee Curtis)  em Halloween. Nesse caso, parece apenas uma referência preguiçosa e com pouco impacto na história. Um acerto nessa produção é a fotografia. Pouquíssimos Slashers Movies tem tantas sequências bem fotografadas como essa com uma menção honrosa para a sequência do ônibus que com uma boa trilha sonora seria melhor do que já é.

 O roteiro manda bem em quebrar algumas expectativas do gênero, mas patina ao propor continuidade ao original e construir nada da mitologia e nem acrescentar nada nela. Também há sugestão de subtramas que seriam interessantes para a construção de alguns personagens que são completamente ignoradas depois da meia hora de filme como a vocação racista do Texas, o trauma de Lila (Elsie Fisher) a mãe adotiva de Leatherface entre outras coisas que são tão rápidas no filme como um Stories de rede social. O que fica claro, principalmente quando vemos os exemplos recentes de continuações e reboots dos Slashers do passado é que há potencial em algumas histórias e falta é boa vontade dos produtores com o público para novas franquias ou a manutenção daquelas bem estabelecidas no passado.

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