“O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos” não entrega profundidade ao clássico de Natal

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“O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos” começa mostrando Londres se preparando para o natal e logo apresenta uma família de luto pela recente morte de sua mãe, os irmãos Fritz (Tom Sweet) e Clara (Mackenzie Foy), que estão brincando no sótão com uma elaborada armadilha para pegar um rato, a irmã mais velha Louise (Ellie Bamber) e o pai, Sr Stahlbaum (Matthew Macfadyen), logo na primeira cena em que Clara é apresentada, o filme faz questão de mostrar que ela é uma menina muito inteligente e de fato esse adjetivo é dado a ela muitas vezes no decorrer do longa.

Na véspera de natal, cada um dos irmãos recebe um ultimo presente de sua mãe, e o de Clara é um ovo semelhante à um Fabergé que possui uma fechadura, mas sem chave, no bilhete que acompanha o presente a única mensagem de sua mãe é “tudo o que você precisa está aí dentro”. Quando os presentes de natal são entregues durante a festa de seu padrinho, Drosselmeyer (Morgan Freeman), um inventor excêntrico, numa espécie de caça ao tesouro, Clara acaba, em busca do seu presente, encontrando a chave para abrir o ovo deixado por sua mãe, atravessando um portal e indo parar em um mundo mágico divido em quatro reinos: o Reino da Diversão, o Reino das Flores, o Reino dos Flocos de Neve e o Reino dos Doces.

É um típico filme de natal, os quais parecem que a cada ano estreiam mais cedo, baseado em um típico conto de natal, “O Quebra-Nozes e o Rei dos Camundongos”, de E.T.A Hoffmann publicado em 1816, e apesar de se passar em Londres, traz muitas referências a sua origem russa, desde o ovo misterioso até a arquitetura dos quatro reinos e alguns dos vilões, que são uma matrioska, aquelas bonequinhas que encaixam uma dentro da outra. O balé do compositor Piotr Ilitch Tchaikovsky, intitulado de “O Quebra-Nozes” (que é também uma adaptação do conto de Hoffmann) não é deixado de lado, sendo responsável por uma das melhores cenas do filme: o balé, interpretado por Misty Copeland, é introduzido na trama como forma de apresentar para Clara a historia dos quatro reinos que ela acabara de conhecer.

No decorrer da trama, Clara adquire confiança em si mesma, afinal tudo o que ela precisava estava lá dentro, porém entre a descoberta dos quatro reinos e a sua autodescoberta, a trama é preenchida por belíssimos cenários e figurinos, e só. Helen Mirren, como a vilã Mãe Ginger, responsável pelo Reino da Diversão, e Morgan Freeman como padrinho de clara, juntos devem somar 10 minutos em cena. Todo o elenco é mal aproveitado, o que faz com que os personagens não sejam devidamente desenvolvidos, o grande problema do filme. Keira Knightley, que interpreta a Fada responsável pelo Reino dos Doces, é quem recebe mais destaque e por isso sua atuação é também a mais relevante, ela interpreta muito bem a fada doce com uma voz aguda, o que poderia ser irritante, mas ela faz com que não seja. O soldado quebra-nozes, chamado Phillip (Jayden Fowora-Knight), que da nome ao titulo é um ajudante na jornada de Clara, que está ali o tempo todo, mas em nenhum momento um interesse real nele é mostrado.

“O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos” tem tudo para virar um clássico de natal daqueles que a família assiste depois da ceia quando ninguém está prestando muita atenção no que está passando na televisão, é como se fosse só mais um enfeite na árvore.
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