9,1/10

Duna: Parte 2

Diretor

Denis Villeneuve

Elenco

Timothée Chalamet, Zendaya, Rebecca Ferguson

Roteirista

Denis Villeneuve, Jon Spaihts

Estúdio

Warner Bros

Duração

170 minutos

Data de lançamento

29 de fevereiro de 2024

Diante da difícil escolha entre o amor de sua vida e o destino do universo conhecido, Paul Atreides, agora ao lado de Chani e dos Fremen, dará tudo de si para evitar o futuro terrível que só ele pode prever.

“Duna: Parte 2”, do diretor Denis Villeneuve, chega aos cinemas nesta quinta-feira (29), prometendo ser um marco no gênero de ficção científica e um clássico instantâneo. O novo filme é a segunda parte da adaptação do primeiro livro de Frank Herbert, onde Paul Atreides se une a Chani e aos Fremen em busca de vingança contra os conspiradores que destruíram sua família, os Harkonnen e também o Imperador.

O longa conta com os retornos de Timothée Chalamet, Rebecca Ferguson, Zendaya, Josh Brolin, Stellan Skarsgård, Dave Bautista e Javier Bardem, além da adição de nomes como Austin Butler, Léa Seydoux, Florence Pugh e Christopher Walken.

Desde o início, é evidente que Villeneuve tinha nas mãos uma tarefa muito difícil: trazer à vida um universo tão vasto e complexo quanto o de “Duna”. Muitas das decisões criativas para a sequência vem de uma lógica de consolidação de um universo e de seus personagens. “Duna: Parte 1” faz esse trabalho em apresentar todo esse cenário, que impulsiona o desenvolvimento da história em “Duna: Parte 2”.

Denis Villeneuve, com sua visão singular, entrega uma adaptação que respeita a obra original ao mesmo tempo em que traz sua própria interpretação, enriquecendo ainda mais o legado da obra de Frank Herbert. Capturando não apenas a grandiosidade visual, mas também a essência dos temas que permeiam a obra de Herbert, como política, religião, poder e até o meio ambiente.

Com quase três horas de duração, o filme mantém-se grandioso do começo ao fim, proporcionando uma imersão completa no mundo de Arrakis e seus conflitos. O diretor tinha em mãos uma das obras mais influentes da literatura de ficção científica, e sua habilidade em dar vida a esse universo complexo é evidente em cada cena.

Destaque máximo para Timothée Chalamet, que traz um Paul Atreides cheio de nuances. No primeiro filme, ele é ainda um jovem assustado que precisa amadurecer e aprender a governar. E, agora, na sequência, nós vemos essa transformação do protagonista sendo feita de forma espetacular. O ator consegue trazer o grande poder que Paul conquista por onde ele passa, e é muito interessante como o personagem vai se modificando até se tornar uma lenda como o guerreiro fremen Muad’Dib, depois como o Kwisatz Haderach, o Messias.

Austin Butler como Feyd-Rautha está impecável. O visual escolhido, que difere da descrição do livro, acerta em trazer uma releitura que carrega a essência maligna e psicopata do vilão. Butler entrega uma de suas maiores atuações, incorporando a loucura e o medo que Feyd transmite por onde passa.

São destaque também Zendaya como Chani, que aparece muito mais neste filme e entrega uma personagem apaixonante, que sabe exatamente os seus objetivos. A atriz trouxe força e mais holofotes para uma personagem que acaba muitas vezes em segundo plano na obra original. O mesmo pode-se dizer da personagem Lady Jéssica, interpretada por Rebecca Ferguson, que ganha mais importância na trama do filme, o que faz total sentido para a trajetória de impacto de sua grande transformação.

As cenas de batalha são impressionantes, coreografadas com precisão e intensidade para transportar o espectador para o centro da ação. A fotografia de Greg Fraser é deslumbrante, capturando a majestosa beleza do deserto com uma profundidade visual impressionante, dando a sensação de que a areia e a especiaria são palpáveis. Além disso, o uso do preto e branco é uma decisão estética que auxilia na narrativa de apresentação de Giedi Prime, o planeta da Casa Harkonnen, criando a diferença de espaços desse universo.

E novamente, a trilha sonora de Hans Zimmer complementa perfeitamente o tom do filme, elevando a tensão e a emoção em momentos cruciais. Seu trabalho contribui para criar uma atmosfera única e imersiva.

O filme não realiza grandes recortes temporais como no livro, o que causou mudanças significativas no enredo, como a omissão de alguns personagens e ações importantes para o arco final, como é o caso da personagem Alia Atreides. Mas essas decisões são compreensíveis, principalmente para o ganho de dinamismo da história e de tornar o filme acessível tanto para os fãs da saga quanto para o público em geral.

Em resumo, “Duna: Parte 2” é uma obra cinematográfica monumental, um dos maiores filmes de ficção científica já feitos. Denis Villenuve será para sempre lembrado como o diretor que finalmente conseguiu transmitir a verdadeira essência da história de Duna de Frank Hebert para o cinema. É uma jornada épica e arrepiante, que merece ser visto na tela grande em IMAX, onde sua grandiosidade visual e sonora pode ser verdadeiramente apreciada.

10

Missão cumprida

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