Miles Morales, Kamala Khan, Sam Wilson e Jane Foster são os mais novos nomes da Marvel nos quadrinhos, e Riri Williams é a nova integrante. A Marvel Comics tomou, na última semana, a decisão de dar a Riri, uma jovem negra de 15 anos, a armadura do Homem de Ferro.

Na internet, comentários referentes a atitude da empresa tomaram conta de todas as redes sociais, e em um clique, uma onde de negatividade pairou sobre a personagem – principalmente por conta de comentários preconceituosos.

A Marvel Comics decidiu trabalhar com representatividade, e isso não é novidade na empresa. Miles Morales tomou conta do uniforme do Homem-Aranha há anos, Sam Wilson (o Falcão) já assumiu o posto de Capitão América mais de uma vez e Thor deixou de ser uma representação masculina, dando oportunidade a Jane Foster. A nossa realidade é a principal fonte de inspiração para os escritores, é alto notório em praticamente toda expressão artística, seja ela um filmes, uma novela, um livro e, consequentemente, as histórias em quadrinhos. Desde sempre os quadrinhos exploram a realidade tendo como principal fonte de inspiração o comportamento humano.

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O mundo passou por mudanças nos últimos anos, e muito do que se fazia ou pensava, é algo retrógrado para os padrões de hoje. E a humanidade – a passos tortos – sempre caminhou assim. Em 2016 não poderia ser diferente, discussões embasadas por conta da questão das “minorias” tem tomado de assalto as redes sociais e o mundo offline também. Com o assunto em voga era de se esperar um posicionamento por conta do mercado do entretenimento, estranho seria se as empresas não abraçassem a ideia e procurassem envolver agradar os diversos públicos. Negros, mulheres, homossexuais, transexuais merecem essa representatividade. Um belo exemplo deste movimento, é a campanha para que à princesa Elsa da Disney ganhe uma namorada na sequência da animação ‘Frozen: Uma Aventura Congelante’.

Não é a cor ou o sexo do personagem que torna-o interessante, e sim sua história. Colocar um negro ou uma mulher assumindo o manto de um herói não o faz menos heroico. Dar a oportunidade de uma criança negra ou uma criança mulher se enxergar em um super-herói não deve ser motivo de discussão, mas sim de orgulho – até porque é algo que já foi feito aos montes. A Marvel não só está trazendo novos leitores como está mudando o pensamento do velho leitor, que hoje, enxerga seu personagem favorito com um novo rosto, mas com a mesma importância que um herói tem. É fácil criticar a atitude da empresa quando você sempre pode se enxergar no herói que lia ou assistia.

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Imagina-se que a Marvel possa levar estes novos heróis para o cinema  após o término do Marvel Universe, em 2019 com ‘Vingadores – Guerra Infinita Parte 2’. Um possível reboot de universo pode acorrer após ‘Guerra Infinita’ e muito se questiona sobre o futuro da Marvel no cinema. O fim de grande parte dos contratos dos astros pode influenciar tal mudança. Curiosamente personagens desconhecidos até então – como Miles Morales, a nova cara do Aranha nos quadrinhos -, já são bem vistos pelos fãs para uma participação no cinema, algo que anos atrás, quando o personagem fora anunciado, era inimaginável. Mas cabe a Marvel determinar tais acontecimentos.

Apesar dos holofotes estarem todos voltados para a Marvel, vale ressaltar que a DC Comics também não fica para trás. A empresa está a procurando novos rostos para grandes personagens de seu universo. Isso é um reflexo da influência que o mundo externo e é algo extremamente positivo, não podemos enxergar essa postura com desprezo, e sim abraçar toda nova ideia.

Diferente do que acontece com os animes, onde um único autor é responsável por toda obra, nos quadrinhos os heróis se tornam propriedades intelectuais de diversos autores diferentes, o que abre as portas para diferentes identidades de um mesmo personagem. Porque no fim não importa o sexo, a cor da pele, religião ou cor da pele, porque a única coisa que queremos é uma história bem contada.

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Este que vos escreve acredita em mudanças e em toda positividade que elas podem trazer. Mas este mesmo autor desdenha de outras coisas, como este título por exemplo. Aliás, este título não representa minha opinião. Isto nada mais é que um comentário de um fã, criticando a decisão da editora, classificando-a, “sabiamente”, dentro de um contexto ideológico.

Nosso universo é imenso e é a eterna inspiração para os universos ficcionais que amamos. Quem sabe um dia eles não nos inspirem e passemos a vislumbrar uma sociedade mais humana, mais evoluída e desprovida de preconceitos tão bobos.

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