SINOPSE PEQUENA

O sonho de ser um grande músico, embutido no caráter simplório de um jovem é o que faz o filme ‘Whiplash – Em Busca da Perfeição’ ser grandioso. O longa dirigido por Damien Chazelle usa o Jazz como elemento e estímulo para compor a obra, assim como em ‘Um Toque de Mestre (2013), também dirigido por Chazelle. ‘Whiplash’, que estreou em 08 de fevereiro nos cinemas brasileiros, é um filme perturbador e intrigante, que utiliza a superação, a pressão, o desafio e a força de vontade para transformá-lo em um ótimo filme.

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Tudo começa quando o jovem Andrew Neyman (Milles Teller) se inscreve em Schaffer – o maior conservatório dos Estados Unidos –, almejando ser um grande baterista a la Buddy Rich. O rapaz conhece o exigente e temível professor Terence Flecher (J.K Simmons), e, ainda muito jovem, se torna o baterista oficial da Orquestra Schaffer. Mas, para alcançar o sucesso, Andrew coloca tudo de lado, como relacionamento amoroso e a saúde em prol de ser o melhor baterista do mundo.

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A cena inicial, que abre o longa, cujo roteiro e direção são assinados por Damien Chazelle, impacta com o som dos pratos e o rufar dos tambores da bateria, movidos pelo efeito travelling da câmera, mostrando o jovem Andrew praticando e tentando impressionar o professor Flecher. O drama musical também aborda a experiência de muitas pessoas que sempre tiveram um sonho e lutaram por ele até o fim, sem se importar em serem “desafiados” ou desacreditados, e que para alcançar seus objetivos passaram por altos níveis de exaustão, estresse e abdicação de tudo por conta de uma meta.

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Andrew é tido como um rapaz simples e que, inicialmente, só pensava em se especializar. Para isso, ele ouvia muitos bateristas profissionais como seu ídolo, Buddy Rich, um americano dotado de uma incrível velocidade e habilidade mesmo em temas mais complexos, tornando-os claros e precisos. A cada audição, o rapaz tentava ser melhor. Com o passar do tempo, ele se torna obsessivo e capaz de colocar sua saúde mental e física em jogo, dando lugar ao seu lado egocêntrico e prepotente.
As dificuldades do protagonista são detalhadamente apresentadas quando o professor não se agrada com nada do que ele faça ou diga. Acredito que os diálogos bem construídos do personagem nos levam a crer que Andrew queria agradar a todo o momento, mas suas tentativas eram sempre em vão. O segundo passo dado é quando o jovem decide treinar duro para vencer os obstáculos impostos por Fletcher, como nas longas cenas, nas quais são utilizados muitos closes para demonstrar o esforço do jovem, por meio do suor escorrendo em seu rosto, suas feridas, os dedos cheios de calos, o balde de gelo e as diversas tentativas em ser o melhor, além de agradar o exigente, sarcástico e mal humorado professor de Jazz.
O ator coadjuvante J.K Simmons, em sua boa forma, dá um show mostrando suas habilidades artísticas, transferindo todo o seu talento para Fletcher, que ensinava os seus pupilos “às mais duras penas”. Por trás do jeito duro e das grosserias, o homem possuía uma grande sensibilidade em detectar um grande talento, além de ter uma audição extraordinária. Apesar de seus métodos, é notório o propósito do personagem, que era extrair dos alunos o melhor de si, mesmo que para isso ele precisasse leva-los ao extremo.

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Já Milles Telles assume um papel emblemático, logo após participar de um filme teen como Divergente, e mesmo que seu personagem seja um pouco “fanático”, o rapaz se sai bem e transmite veracidade em sua atuação. Além disso, mesmo que algumas passagens do filme sejam melancólicas, a reviravolta final é importantíssima para definir a opinião do público. Para alguns, não há motivos para o filme não ser amado, mas se ainda restam dúvidas, o grand finale vale todo o filme. E como diria o ditado popular: “o aluno [realmente] supera o mestre”.

Trailer do filme:

 

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