Dono de uma técnica fabulosa e incrivelmente única em termos de dança, sem falar no seu carisma enigmático, Gene Kelly apresentou a sua voz e profissionalismo ao mundo, o qual desfruta desse brilhantismo até os dias atuais, passadas duas décadas após a sua morte. O Pipoca de Pimenta presta uma homenagem a este grandessíssimo e iluminado ser talentoso que deu adeus ao seu público há 20 anos e que, até hoje, deixa muitas saudades.

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Existem artistas que não deveriam morrer nunca. Para alguns, tão grande quanto o seu legado é a marca deixada no coração das pessoas. Gene Kelly não era apenas um desses aristas completos, mas também uma fonte de inspiração para muitos outros jovens talentos. Interessante dizer que Gene Kelly não apenas era um dançarino de habilidade peculiar como também era um ator que sabia interpretar maravilhosamente bem, um aspecto bastante incomum e raro, em relação a atores da atualidade que tanto interpretam como cantam e dançam.

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Há vinte anos, Gene deixou seu legado marcado por trabalhos extraordinários e cativantes. Com sucessos memoráveis como os clássicos ‘Cantando na Chuva’ e ‘Sinfonia em Paris’, é dito por muitos que Gene Kelly viveu na época certa, no auge da popularidade do cinema musical. Apesar de alguns fracassos e criticas negativas no fim de sua carreira e em torno de suas performances como ator, o seu talento na musica não só era insuperável como também era algo difícil de copiar. Até hoje, muitas pessoas conseguem se maravilhar com toda a técnica criada por ele para os seus muitos números musicais, tanto no cinema quanto no teatro. Para muitos fãs, Gene dançava leve e delicadamente “como uma pluma” e, até mesmo em atenção as criticas negativas, as pessoas chegavam a um consenso de que Gene só conseguia interpretar ele mesmo mas o fazia sempre de forma magnifica.

Gene 9 Gene Kelly em ‘Cantando na Chuva’, de 1952

É muito difícil acreditar que Gene, se estivesse vivo, estaria com 104 anos. Mesmo tendo falecido aos 83 anos, sua aparência ainda era de um jovem com sede de vida. Nascido em Pittsburgh no dia 23 de agosto de 1912, Eugene Curran Kelly foi vítima de um derrame cerebral em 02 de fevereiro de 1996 na cidade de Beverly Hills.

Title: KELLY, GENE • Pers: KELLY, GENE • Year: 1954 • Ref: XKE001AD • Credit: [ THE KOBAL COLLECTION ]

Juntamente com parceiros tão talentosos quanto ele, como Judy Garland, Frank Sinatra e Stanley Donen, ficaram na história cenas memoráveis do ator, sem falar nas produções em que ele trabalhou como diretor, com destaque em ‘Alô Dolly’ com Barbra Streisand, onde atuou como produtor e coreógrafo. Gene coreografou praticamente todas as sequências musicais de sua carreira e até outros em que o mesmo não atuou, como o clássico dos anos 70, ‘Grease – Nos Tempos da Brilhantina’ com John Travolta.

Hello Dolly (1969) | Pers: Barbra Streisand | Dir: Gene Kelly | Ref: HEL023CR | Photo Credit: [ 20th Century Fox/Chenault / The Kobal Collection ] | Editorial use only related to cinema, television and personalities. Not for cover use, advertising or fictional works without specific prior agreement Cena do filme ‘Alô, Dolly’

Em relação aos prêmios importantes do cinema, Gene foi indicado ao Oscar em 1946 por “Marujos do Amor” mas apenas em 1952, devido ao grande sucesso por “Sinfonia em Paris”, o ator recebeu um Oscar Honorário pelo conjunto de sua obra. Curiosamente, este Oscar se perdeu em um incêndio em sua residencia no ano de 1983. A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, em consideração a pessoa de Gene, lhe concedeu no ano seguinte, 1984, uma nova estatueta, substituindo a que se perdera. Também foi indicado ao Globo de Ouro como Melhor Diretor por “Alô Dolly” em 1970 e recebeu o premio Cecil B. DeMille na edição do Globo de Ouro no ano seguinte.

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O último filme em que Gene Kellly atuou como ator e dançarino foi ‘Xanadu’, de 1980 com Olivia Newton-John. Embora tenha sido um filme de conteúdo fraco e com críticas negativas, existem pontos favoráveis e respeitosos à pessoa de Gene. Primeiro, era uma atuação simples, sem traços marcantes ou extraordinários mas, mesmo assim, é possível sentir a alegria do ator em demonstrar o seu trabalho, fazendo aquilo que sempre gostou de fazer, atuar e dançar, é claro que de forma singela e sem a sua famosa técnica, a qual ficou comprometida devido a idade. Mesmo assim, é notável a sua alegria na cena final em que há um numero de patinação. Outro traço marcante a respeito da crítica negativa, foi o fato do filme ter sido indicado a muitos prêmios Framboesa de Ouro, como Pior Filme, Pior Diretor e Pior Atriz, mas, mesmo com uma atuação nada esplêndida, a comissão do referido prêmio, não ousou expor Kelly ao “ridículo”, deixando de indicá-lo como Pior Ator Coadjuvante.

XANADU, Gene Kelly, 1980, (c) Universal

É incrível dizer que, até hoje, muitos musicais, tanto cinematográficos como teatrais, são produzidos, tendo como referência a grandiosa técnica de Gene Kelly. É o caso de ‘Chicago’, ‘Moulin Rouge – Amor em Vermelho’, ‘Os Embalos de Sábado a Noite’, dentre muitos outros, inclusive os famosos musicais adolescentes da Disney. Não é nada surpreendente assistir a estes musicais e ver, pelo menos um pouquinho de Gene Kelly neles. Tal fato, demonstra a certeza de que o seu talento sempre será imortal.

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