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Mesmo com a crise assolando a Europa e atingindo a França, os filmes que têm mais se destacado no continente europeu mundo afora, são os franceses.

De uns anos pra cá, a França vem mostrando sua potência no Cinema. A maior prova disso, é “O Artista”, que rendeu críticas positivas e diversos prêmios, entre eles o Oscar de melhor filme (foi o primeiro filme de língua não inglesa a vencer a estatueta dourada de melhor filme) em 2012 no qual, faz uma singela homenagem a época do Cinema mudo. Outros filmes que se destacaram, foram “Intocáveis” (sucesso absoluto e considerado o filme mais visto na França em 2012), “A Espuma dos Dias” (do diretor Michel Gondry, ex-diretor de vídeo clipes que estreou nos cinemas como diretor no “A Natureza Quase Humana), “Amor”, que venceu o Oscar na categoria de melhor filme estrangeiro (também foi indicado na categoria de melhor filme), “Azul é a Cor Mais Quente” (baseado em histórias em quadrinhos e foi sucesso entre o público e a crítica – com a atriz Léa Seydoux que está no elenco de “A Bela e a Fera”, com data prevista para 02 de outubro desse ano), e este, “Jovem e Bela”.
O longa do diretor François Ozon (do excelente “Dentro de Casa”) é um profundo e sutil retrato da prostituição, narrada de um outro jeito que, ao invés de apresentar uma personagem proletariada que entra no ramo por necessidade, apresenta uma adolescente de 17 anos de classe média alta. Mas o real motivo dela se prostituir é o que menos importa enquanto as estações do ano se passam e a ninfeta vive experiências fortuitas. Passando de jovem ingênua a mulher decidida, Isabelle (Marine Vacth, que estreou no Cinema em “Minha Parte do Bolo”) conhece um mundo totalmente fora de sua realidade e o encara de forma natural, como se realmente precisasse. JOVEM E BELA não tem como foco mostrar o lado da prostituição em si e sim, a sexualidade na adolescência de maneira diferente. Poderia ser um casal de adolescentes na descoberta do sexo, mas o roteiro do próprio Ozon traz assuntos para serem discutidos. Ozon, não aborda só o sexo, mas o relacionamento interpessoal de Isabelle com sua família (destaque para o estreante Fantin Ravat como o irmão da protagonista).
“Jovem e Bela” se expressa mais pela imagens do que pelos diálogos, deixando o filme mais honesto. É uma curiosa mistura de sensibilidade e preconceito partindo dos próprios clientes que fazem parte da experiência da fase de Isabelle. Além de sincero na composição de seus personagens, vai direto ao assunto deixando o espectador com uma boa impressão e ao mesmo tempo prende por ser verossímil.

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