“Rei Arthur: A Lenda da Espada” comprova que estilo não é nada sem conteúdo

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A história do Rei Arthur já foi contada no cinema várias vezes. A maioria delas focava no triângulo amoroso entre o Rei, sua amada Guinevere e Sir Lancelot — como “Os Cavaleiros da Távola Redonda” (1953) e “Lancelot — O Primeiro Cavaleiro” (1995). Mas, arrisco dizer, que as que mais se destacaram foram aquelas que fugiram do óbvio e decidiram ir muito além dessa proposta, investindo em outros elementos importantes, como a jornada do herói e a magia por trás do mito.

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Assim, surgiram clássicos como a animação da Disney “A Espada Era a Lei” (1963) e “Excalibur” (1981), verdadeiros épicos da aventura e fantasia. Até mesmo “Camelot” (1967) — que ainda foca no triângulo entre os personagens principais — conseguiu se destacar caprichando na escala da produção e transformando a história em um musical, o que acabou rendendo 3 Oscars ao filme. Ou seja, é natural que novas produções tentem se reinventar para continuar tornando a história atrativa para o público, além de atrair espectadores mais jovens que não gostam muito de filmes antigos.

Você pode estar se perguntando, qual o motivo para que existam tantos filmes sobre a lenda de Arthur? Simples, é uma história extremamente rica sobre um príncipe que precisou fugir para sobreviver, pois seu pai teve o trono usurpado por um traidor. Assim, Arthur teve uma infância pobre na Inglaterra, vivendo como plebeu, até o dia em que conseguir tirar a espada Excalibur presa a uma rocha e descobriu que era o Rei por direito, o escolhido. O famoso “cara comum que descobre que é muito mais do que imaginava”.

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Não faz tanto tempo assim, mas o último grande filme que contou essa história foi “Rei Arthur” (2004), de Anthony Fuqua. Repleto de estrelas do calibre de Clive Owen, Keira Knightley e Mads Mikkelsen, o filme fugiu do triângulo que mencionei no início do texto, mas apesar de um ou outro bom momento de ação, sua tentativa de abordagem menos fantástica e mais “realista” da lenda não convenceu a crítica e foi um fracasso dentro dos EUA.

Essa semana estreia “Rei Arthur: A Lenda da Espada”, mais uma releitura do clássico. O filme tem sido vendido pelo marketing como “uma versão da história que você nunca viu”. Mas, será que ele cumpre bem essa promessa? No sentido de novidade, podemos dizer que sim. A aposta da Warner para a direção foi o inglês Guy Ritchie, também responsável pela nova versão de Sherlock Holmes para os cinemas. Além de Arthur ser uma lenda britânica, a ideia de ter um protagonista que conhece bem os subúrbios e tem aquele jeito malandro, mas de bom coração, combina perfeitamente com o estilo do diretor.

Então, vamos falar do filme. De cara, começamos em uma batalha que visualmente remete a jogos medievais de invasão à fortaleza, como os clássicos Age of Empires e Stronghold. Há um feiticeiro que quer tomar o poder, apoiado por criaturas como elefantes gigantes e também magias, como bolas de fogo. Quem estiver mais familiarizado com os jogos de videogame atuais, dificilmente não irá fazer uma comparação mental. A estética faz uma alusão direta às cutscenes (animações) e a própria ação desses jogos.

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Este setup serve para conhecermos alguns personagens importantes para o filme, como o Rei Uther (Eric Bana) e seu irmão Vortigern (Jude Law), que juntos lutam contra o vilão Mordred. Para tentar ilustrar melhor as cenas de ação na sua mente, elas remetem bastante ao que chamamos hoje de estilo “Zack Snyder” de direção. Paleta escura, slow motions e zoom ins repentinos são usados com frequência. O início é sombrio, trágico e bem sério, mas as motivações não ficam muito claras, nos fazendo esperar por uma explicação no desenrolar da trama.

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Com a fuga do jovem Arthur, a jornada do protagonista inicia e o estilo de Guy Ritchie começa a aparecer. Ao invés da tradicional passagem de tempo, o diretor investe em uma montagem inventiva embalada por uma trilha sonora bem enérgica que sintetiza muito bem como o jovem Arthur foi criado na pobreza, precisando praticar pequenos delitos, ganhando algumas brigas, apanhando em outras, até atingir a maturidade (agora como Charlie Hunnam) e um certo renome entre a população. Alguns podem argumentar que desta forma os fatos podem soar muito apressados e eu até concordaria com isso. No entanto, o que senti foi Ritchie tentando evitar cair na mesmice e ainda referenciando seus primeiros filmes, que eram cheios de cortes ágeis assim.

O que vemos a partir daí é a relação de Arthur com os personagens que o acercam, amigos, aliados, potenciais desafetos e etc. Cheio do característico humor inglês, Hunnam encarna bem o arquétipo do anti-herói, aquele cara que não pensa apenas em si mesmo, tem lealdade com aqueles que o ajudaram, mas que para sobreviver aprendeu a viver à margem da lei. Não é nenhuma novidade para o ator, que tem como papel mais icônico o motoqueiro Jax Teller, da série popular “Filhos da Anarquia”. E o carisma de Hunnam certamente é uma das melhores coisas do filme.

Entretanto, “Rei Arthur: A Lenda da Espada” tem proporcionalmente a mesma quantidade de erros e acertos. E infelizmente, os problemas acabam tendo um peso maior no final das contas. Basicamente existem dois núcleos: o de Jude Law sendo um rei ilegítimo e pouco respeitado e a óbvia jornada de Hunnan até retirar a Excalibur da pedra, o momento mais emblemático da história, pois é quando ele descobre que é o verdadeiro rei. Nenhum dos dois núcleos é bem explorado, ou seja, não há motivações convincentes para os dois principais personagens do filme.

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Além disso, os elementos fantásticos anunciados no prólogo são pouquíssimos explorados. Novamente citando Snyder, na sua busca por poder, Vortigern se comunica com uma espécie de oráculo que lembra bastante o filme “300”; há dois ou três animais que surgem em tamanho ampliado, mas servem oportunamente em alguma cena por pura convenção de roteiro.

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Durante pelo menos uma hora de desenvolvimento do segundo ato, a direção não consegue criar um universo plausível para aqueles personagens e eventos, as coisas simplesmente ocorrem. Alguns espectadores menos exigentes — que talvez sejam o público-alvo do filme — podem não se apegar a esses detalhes e relevar, mas desta vez não funcionou comigo (diferentemente de “Warcraft” que me pegou pelo visual).

Os elogios feitos aos esforços de Ritchie, com seus ângulos diferentes e cortes ágeis, lamentavelmente não são suficientes para sustentar o interesse durante todo o filme e vão perdendo o impacto a cada repetição. A boa intenção que ele teve em não entediar o espectador trazendo algo diferente, com o tempo parece um desespero do tipo “não temos nenhuma grande cena, vamos encher de música animada e montagens rápidas para ninguém pegar no sono”. E, para isso, usa os personagens frequentemente narrando (de maneira engraçada) o que aconteceu ou o que vai acontecer.

Para você que está achando que é um exagero, analise separadamente as trajetórias de Vortigern e Arthur no filme. Como eles começam e como terminam a história. Obviamente, eles não serão mais a mesma pessoa do início ao fim, mas reflitam se tudo o que aconteceu com eles foi realmente convincente. Apesar de Ritchie saber como poucos extrair humor e boas atuações mesmo com um elenco numeroso, aqui em “Rei Arthur” ele se preocupa mais com os coadjuvantes e em ficar contando como o protagonista é incrível, esquecendo do mais importante que era mostrar.

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Outro ponto que prejudica “Rei Arthur: A Lenda da Espada” é a censura. Por fazerem um filme extremamente caro (em torno de $175 milhões de dólares), obviamente houve uma preocupação em não ultrapassar a classificação etária “livre” (PG-13), para conseguir uma bilheteria maior. No que isso influencia o filme? Apesar de várias batalhas e confrontos, não há violência alguma, tirando todo o impacto das cenas. Pensem em “Kick-Ass”, “Kingsman” e outros filmes de ação que dialogam com este e comparem a vibração das cenas. Absolutamente frustrante.

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Tecnicamente, o longa tem boas intenções, mas também mal-empregadas em função do filme. Visualmente, há uma inconsistência de tom aqui. Apesar de contar com o diretor de fotografia John Mathison — do espetacular “Gladiador” — aqui ele não faz o seu melhor trabalho. O filme é muito escuro e o 3D piora ainda mais. Lembrando que não estamos falando do Rei Arthur de Fuqua, que tinha uma proposta mais realista. Aqui, a fantasia poderia ter sido muito mais explorada, como é subentendida no prólogo inicial. Aliás, não temos Merlin e ainda há uma feiticeira extremamente esnobada pelo roteiro.

Considerando todas essas informações, a não ser que você seja mais fã de videogame do que de cinema, podemos dizer que “Rei Arthur: A Lenda da Espada” é um filme bem-intencionado, mas mal executado. Pontos importantes são problemáticos, como um vilão bastante caricato, um herói carismático, porém mal escrito, e principalmente um fluxo narrativo bem irregular. A trilha-sonora é muito boa, mas não parece funcionar tão bem em conjunto com a história, pois é usada em excesso para injetar uma dose energia que as cenas não conseguiriam por si só.

Apesar de ser um grande fã de Guy Ritchie, especialmente dos seus dois primeiros filmes — “Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes” (1998) e “Snatch: Porcos e Diamantes” (2000) — percebo um declínio vertiginoso nos trabalhos que têm feito. A cada novo projeto ele parece mais engessado e com menos liberdade criativa, justamente o oposto do que era antes. Em “Rei Arthur”, inclusive, até a Távola Redonda é mencionada sem necessidade. Será que o filme já foi feito pensando em uma possível continuação? Sabemos que esse o primeiro passo para dar tudo errado. Faça o seu filme bem feito, conte sua história e o público retribuirá.

E você, já assistiu ou está ansioso para ver? Concorda ou discorda da análise? Deixe seu comentário ou crítica (educadamente) e até a próxima!

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