Nie Yin Niang

‘A assassina’ acontece nos últimos anos da Dinastia Tang, por volta do século 8. Encontramos a protagonista Yinniang (Shu Qi) sendo treinada, para não ter misericórdia dos seus alvos, pela sua Mestra (Fang yi sheu). Mandada para a província de Weibo, Yinniang terá de matar o seu primo e governador Tian Ji’an (Chang Chen).

Aqui vemos uma poesia visual, contada com uma certa lentidão que não apressa jamais o seu ritmo, mesmo com uma história sem grandes novidades vistas ao longo dos anos; o diretor Hou Hsiao-Hsien não perde a sua essência em fazer o púbico apreciar seus filmes com imagens de embelezar as telas dos cinemas mundiais. O filme pode ser um desafio para os amantes de “blockbuster”, porém, até os menos amantes de enredos mais lentos vão apreciar a beleza em alguns “takes” do diretor.

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Longe de ser chamativo pelas suas lutas, que é o que deve chamar a atenção de muitos fãs do sucesso de o Tigre e o Dragão ou de filmes “Wuxia” (filmes chineses conhecidos pelas artes marciais), a assassina é muito modesta nas suas cenas de ação com coreográfias rasas e sem tanto impacto. Esse não é um filme de voos e chutes, espectador, é um daqueles filmes de ruídos quase silenciosos onde tudo que é demonstrado se deve às expressões e olhares dos personagens. A habilidade de Hou Hsiao-Hsien é perfeita para filmes assim, a sua visão é colocada por ângulos estratégicos das câmeras, fazendo com que fique muito perceptível o que ele quer passar para o espectador com tal cena.

Para alguns, pode ser notado a falta de diálogos na trama, para outros, a imensidão de sentimentos vividos em cada imagem, transborda explicações de cada atitude tomada pelos personagens. O enredo pode desagradar à alguns pela sua lentidão, mas é um filme que não caminha em passos demorados por preguiça ou coisa parecida, a sua intenção é bem clara: a história só poderia ser contada assim, mergulhando nos personagens e ficando cada vez mais submerso com o que é apresentado sobre eles. (Por mais que eu admita que o sono apertou em alguns momentos).

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A direção de arte e a fotografia são as coisas mais belas desse 2016 cinematográfico, ‘A Assassina’ nos presenteia com uma aula de como se aprofundar nos mínimos detalhes de uma trama; realmente é de encher os olhos o quanto o filme é competente nesses quesitos, que por breves momentos até acreditamos que ele realmente foi filmado por volta do século VIII. Entusiasmo deixado de lado, o incomodo com a demora das resoluções de certas situações do filme chegam a incomodar, pois, existem algumas cenas sobrando. Podem haver muitas queixas sobre o ritmo do longa de Hou Hsiao-Hsien, porém não se pode negar que a sua história, por mais comum que seja, é contada com uma beleza visual descomunal vista nos últimos anos. (Destaque para cena do último ato onde Yinniang e sua mestra se encontram no alto da montanha, aquilo é de tirar o fôlego).

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